Na semana em que o governo anuncia um novo secretário de comunicação, uma decisão da Receita Federal coloca o PIX no olho do furacão sem muitas explicações. O PIX, embora não tenha sido criado por Roberto Campos Neto, tornou-se uma de suas marcas mais populares. Foi em sua gestão no Banco Central que foi implementado […]
Em 08/01/25 20:33
por Mara Luquet
Jornalista, fundadora e CEO do canal MyNews, considerado pelo Google referência mundial em jornalismo no YouTube. Foi colunista de finanças pessoais da TV Globo e CBN, editora do Valor Econômico e criadora do caderno Folhainvest, da Folha de S.Paulo.
Pix, meio de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central do Brasil | Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Na semana em que o governo anuncia um novo secretário de comunicação, uma decisão da Receita Federal coloca o PIX no olho do furacão sem muitas explicações. O PIX, embora não tenha sido criado por Roberto Campos Neto, tornou-se uma de suas marcas mais populares. Foi em sua gestão no Banco Central que foi implementado e lhe rendeu o título de “pai do Pix”.
Essa ferramenta revolucionária, que beneficiou brutalmente principalmente os menos favorecidos e promoveu uma inclusão financeira trazendo ganhos concretos para milhões de brasileiros de baixa renda, tornou-se um símbolo de modernidade e eficiência. Mas o que está acontecendo agora?
De um lado, Roberto Campos Neto, um liberal que vê no PIX um legado não apenas de inclusão, mas de digitalização econômica, consolidando-se como uma figura histórica pela sua implementação. Do outro, o governo Lula, eleito sob a bandeira de proteger os menos favorecidos, surpreende ao implementar uma medida que ameaça a viabilidade dessa ferramenta.
O pix atrapalhou os ganhos das operadoras de cartão de débito e ajudou muito, por exemplo, micro e pequenos empreendedores, por exemplo.
Numa conversa com a repoórter Ester Cauany, da redação do MyNews, o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, diz que as medidas anunciadas pela Receita só trazem uma novidade: o pix. No mais as informações das movimentações já eram feitas.
A Receita esclareceu que não cobrará imposto sobre o Pix. Mas todos os recursos que passarem por sua conta serão considerados renda? E os trabalhadores informais passarão a ser tributados? São várias as perguntas que a falta de resposta pode dar margem para muita especulação e nessa guerra de desinformações na internet pode afastar quem mais precisa do pix.
O PIX não é apenas um meio de pagamento; ele trouxe autonomia para pequenos empreendedores, eliminou barreiras para milhões de trabalhadores informais e ajudou famílias a economizar recursos antes engolidos por tarifas bancárias.
Se o Banco Central de Campos Neto será lembrado como o “pai” do PIX, corremos o risco de o governo Lula carregar a pecha de “algoz”, caso a medida reduza sua eficácia ou afaste os mais pobres desse recurso.
Mas, voltando à comunicação: uma medida que impacta a tantos deveria ser precedida de uma estratégia de comunicação, não?
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