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“Irritadinho”

Bolsonaro critica mercado financeiro por causa de preço dos combustíveis

Em live, presidente afirmou que mercado fica “irritadinho” por “qualquer negocinho”. Ele aguarda um parecer do Ministério da Economia sobre preços

por Vitor Hugo Gonçalves em 12/02/21 16:18

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou as reações do mercado financeiro frente à atuação do governo na taxação de preço dos combustíveis.

“Pessoal, se o Brasil não tiver um rumo, todo mundo vai perder. Vocês também, pô. Então vamos deixar de ser irritadinhos que não vai levar a lugar nenhum. A gente está buscando soluções. Uma das maneiras de nós diminuirmos o preço do combustível é se o dólar cair aqui dentro. Mas qualquer negocinho, qualquer boato na imprensa, está aí esse mercado nosso, irritadinho. Aí sobe o dólar. Todo mundo perde com isso, pessoal”, afirmou o presidente nesta quinta-feira (11) em uma live.

Presidente Jair Bolsonaro em live semanal.
Presidente Jair Bolsonaro em live semanal. Foto: Reprodução (Redes Sociais).

De acordo com Bolsonaro, o Governo Federal aguarda um parecer do Ministério da Economia, previsto para esta sexta-feira (12), que apresentará um projeto referente à cobrança de ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis. O mandatário disse ainda que planeja apresentar uma lei complementar capaz de definir a tributação de combustíveis e lubrificantes diretamente nas refinarias ou, com um preço fixo, na bomba.

“Tem um conselho fazendário aí, o Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária]. Queremos que o Confaz decida qual o percentual vai incidir em cima do litro dos combustíveis ou o valor fixo, em real, que vai constar para cada litro de combustíveis a título de ICMS”, explicou.

Sem previsão de data, o presidente confirmou que pretende editar um decreto demandando o detalhamento dos tributos que incidem diretamente sobre os combustíveis: “É um direito de todos vocês saberem quanto de imposto se paga em qualquer mercadoria. A gente vai exigir, via decreto, dos postos de gasolinas: você vai abastecer seu carro, seja diesel, álcool, gasolina, você vai olhar, vai ter uma placa lá dizendo o seguinte: ‘preço na refinaria’”.

​Na mesma live, Bolsonaro retomou sua disposição de reduzir o PIS/Cofins (imposto federal), que também recai sobre o preço dos combustíveis. Nessa fala, ele voltou a criticar a reação do mercado financeiro.

“Nós queremos tratar da diminuição dos impostos num clima de tranquilidade e não num clima conflituoso no Brasil. E o pessoal do mercado, qualquer coisa que se fala aqui, vocês ficam aí irritadinhos na ponta da linha, né. Sobe dólar, cai a Bolsa. Pessoal, se o Brasil aí não tiver um rumo, todo o mundo vai perder. Vocês também, pô”.

O chefe do Executivo reiterou ainda que o mercado nacional também protesta quando se fala em um possível retorno do auxílio emergencial. “Quando se fala em discutir por mais alguns meses, poucos meses, a prorrogação do auxílio emergencial o mercado ficar se comportando dessa forma que está aí. ‘Ah, vamos dar um sinal para eles de que não queremos isso’. Pessoal, vocês sabem o que é passar fome?”, questionou. “Vocês sabem a necessidade que esse povo passa para simplesmente não estender a mão numa hora de necessidade? Nós sabemos.”

Mercado doméstico e internacional

O economista da USP Paulo Feldman criticou a postura de Bolsonaro.

“O estilo do presidente é de criticar tudo e todos, quando o criticam. Mas na verdade, é uma hipocrisia muito grande tudo isso, porque o presidente tem feito exatamente o jogo do mercado, que, por sua vez, tem recebido tudo aquilo que almeja. Essa crítica, então, é mais para o público geral, porque se há um relacionamento muito bom nesse país, é o do mercado com o presidente da República – principalmente passando pelo ministro Paulo Guedes, herói mor do mercado”, afirmou.

Feldman destacou a configuração do mercado nacional e como é a composição do preço dos combustíveis.

“O preço do petróleo é internacional, definido pelos grandes produtores (países árabes, Venezuela, Rússia etc.). Logo no início da pandemia, houve uma queda brusca no movimento econômico mundial, que impactou fortemente o petróleo, derrubando radicalmente o preço do barril. Agora, o petróleo, acompanhando o crescimento mundial da economia, está voltando a ser procurado… O Brasil não pode ter um preço diferente aqui dentro do preço lá fora. Somos um importante produtor, mas importamos bastante também, temos que praticar o preço internacional aqui dentro”, finalizou.

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