Ancelotti vira biombo da crise na CBF Ancelotti e Samir juntos na apresentação do italiano / Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Ancelotti vira biombo da crise na CBF

Presidente da CBF não tem experiência para o cargo e chegada de novo técnico pode esconder problemas da federação

A CBF é um retrato da política brasileira e toda sua bagunça segue chamando atenção. No último domingo (25), o até então desconhecido Samir Xaud foi eleito para comandar a entidade até 2029. Em um pleito esvaziado, o novo presidente recebeu 46 votos, sendo 26 de federações e 20 de clubes — 10 da Série A e 10 da Série B. O colégio eleitoral totalizava 67 membros, que há dois meses haviam aclamado Ednaldo Rodrigues por unanimidade.

Além de pouco conhecido, Samir presidia a federação de Roraima, dona do menor campeonato estadual do país. Sua experiência com o futebol é limitada: ele é médico infectologista em Boa Vista. Circula a tese de que o novo mandatário será somente um fantoche de quem realmente comandará a CBF, Flávio Zveiter, responsável pela criação da liga brasileira.

Quem vai cuidar da CBF de verdade?

Zveiter, aliás, é uma figura antiga no cenário esportivo. O advogado já presidiu o Superior Tribunal de Justiça Desportiva, órgão máximo da Justiça Desportiva no Brasil. Aos 43 anos, pertence a uma família poderosa tanto no esporte quanto na política nacional.

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Desse modo, todo esse cenário se desenhou após a queda de Ednaldo Rodrigues. Mesmo após ter sido eleito por unanimidade — num processo que barrou a candidatura de Ronaldo —, ele perdeu apoio após ser acusado de falsificar assinaturas no acordo que legitimou sua eleição, em 2023.

Contudo, antes disso, Ednaldo havia elevado os salários dos presidentes das federações para quase R$ 300 mil, enquanto o país ainda discute questões básicas no futebol, como a profissionalização da arbitragem. Quando a pressão aumentou, foi abandonado por seus aliados.

Estreia de Ancelotti na Seleção do Brasil

Fora de campo, o caos é constante. Mas dentro dele, Carlo Ancelotti fez, portanto, sua primeira convocação como técnico da Seleção Brasileira. O italiano, aliás, chega com carta-branca e a missão de preparar a equipe para a Copa do Mundo de 2026.

Todavia, Ancelotti se torna uma espécie de biombo para a crise na CBF — que provavelmente ainda renderá novos capítulos. Ele fará sua estreia à beira do campo no dia 5 de junho, no Equador, contra a equipe local. Agora vamos aguardar se ao menos em campo, o novo comandante consegue afastar os problemas da entidade.

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