Das quatro linhas à Geopolítica: O olhar do Copa Além da Copa sobre o Futebol Foto: Divulgação

Das quatro linhas à Geopolítica: O olhar do Copa Além da Copa sobre o Futebol

Página de sucesso nas redes sociais faz análise sobre contexto de futebol e políticas pelo mundo

O MyNews conversou com o pessoal do Copa Além da Copa, que faz um brilhante trabalho nas redes sociais ao mostrar como é o futebol em diversos países, além de abordar suas brigas políticas e outros temas relevantes no contexto de campo e bola, principalmente sobre seleções.

O Copa Além da Copa, inicia explicando como dois grandes temas, futebol e cultura, sempre andam juntos.

R: Acreditamos que nenhum ato pode ser desvinculado da política. Tudo o que fazemos ou pensamos tem origens e influências políticas, mas nem sempre percebemos isso. Com o esporte, não é diferente. A prática esportiva muitas vezes representa um ato político. O futebol tem uma origem política: jovens ricos ingleses o codificaram em universidades porque o jogo dos pobres era considerado muito violento e perigoso. Se observarmos praticamente qualquer detalhe do jogo, encontraremos uma motivação política e uma explicação para ele ser assim.

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Além dos países da América do Sul, o projeto também destaca o futebol em locais com poucos torcedores. A postagem mais recente abordou Nova Zelândia e Nova Caledônia. O Copa Além da Copa explica a pesquisa nesses lugares.

R: Gostamos de falar sobre o futebol em todos os cantos do mundo. Esse interesse nos levou a criar o projeto, pois nos fascina descobrir mais sobre países pouco conhecidos e culturas pouco faladas. O futebol é uma maneira fantástica de conhecer o mundo. Por isso, fazemos um grande trabalho de pesquisa, explorando sites e perfis de redes sociais de diversos países e idiomas para encontrar informações.

Em 2022, durante o Mundial do Catar, a página furou a bolha e alcançou pessoas além do público tradicional do futebol. Eles explicam um exemplo que contribuiu para isso.

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R: Ficamos muito felizes quando produzimos conteúdo que alcança quem não se interessa tanto por futebol. Um dos melhores conteúdos que já fizemos foi durante a Copa do Mundo de 2022, quando o senegalês Ismaïla Sarr comemorou um gol para chamar atenção para a situação da República Democrática do Congo. Ninguém percebeu que se tratava de uma mensagem política. Pesquisamos em sites franceses e árabes e descobrimos o significado da comemoração. Fizemos um post que alcançou dezenas de milhares de curtidas no Twitter. Hoje, essa comemoração ficou famosa e já apareceu em várias matérias de outros projetos, perfis e até na grande mídia.

O Copa Além da Copa também analisa o cenário político brasileiro e sua relação com o futebol nacional e de clubes.

R: Governos, independentemente do espectro político, costumam usar o futebol para benefício próprio. O esporte move multidões e se torna uma ferramenta fácil e eficiente para se aproximar das massas. A ditadura militar brasileira fez muito isso, utilizando a seleção brasileira, o tricampeonato mundial e a figura de Pelé, além do Campeonato Brasileiro, que seguiu o lema “onde a ARENA vai mal, mais um time no Nacional”, inflando a competição a ponto de ter mais de 90 clubes. A Lei Pelé reflete a Lei Bosman na Europa e pode ter tido boas intenções, mas também trouxe consequências ruins, como a quebra de muitos times pequenos.

Na Argentina, protestos ocorrem em março contra o governo Milei, e torcedores organizados têm participado. O Copa Além da Copa, analisa esse cenário no país vizinho.

R: Clubes de futebol na Argentina são entidades associativas e se orgulham muito disso. Esse modelo é um pilar do futebol argentino. Desde a campanha de Javier Milei, que prometeu transformar os clubes em SAFs, já havia resistência e embates entre os dois lados, pois esse tema é delicado no país. Agora, com os cortes nas aposentadorias, muitos aposentados têm ido às ruas protestar, e vários fazem parte de torcidas organizadas. Mais uma vez, o futebol se posiciona contra Milei. Durante o governo Mauricio Macri, também houve protestos, mas ele não enfrentou tanto as tradições do futebol argentino.

Recentemente, Donald Trump ameaçou tomar o Canal do Panamá. Coincidentemente, Panamá e Estados Unidos se enfrentaram em campo, com vitória panamenha, e a imprensa local ironizou o fato.

Jornal do Panamá zomba de Donald Trump – Foto: reprodução

R: Donald Trump tem adotado uma postura cada vez mais agressiva e imperialista, ameaçando tomar o Canal do Panamá. Seus discursos se tornaram mais radicais e perigosos, gerando reações fortes dos países vizinhos. No futebol, Panamá venceu os EUA na Liga das Nações da CONCACAF, e os panamenhos, obviamente, festejaram muito. Um jornal estampou a manchete: “Queria o canal? Toma seu gol”. Isso mostra, mais uma vez, como futebol e política estão sempre conectados – conclui o Copa Além da Copa ao MyNews.

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