Deputado que deseja morte de Lula vai responder na PGR e no Conselho de Ética

Bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES) declarou ontem numa comissão que, por ele, o presidente deveria ter um ataque cardíaco; ministro da AGU recorre à PGR e PT vai denunciá-lo por quebra de decoroPor ter desejado ontem publicamente a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES) será alvo de uma ação da Advocacia-Geral da União (AGU) e também irá responder por sua fala no Conselho de Ética da Câmara.

Na Comissão de Segurança Pública, a da bancada da bala, Gilvan Federal pregou a morte do presidente Lula:

Quebra de decoro e ameaça de morte a Lula

“Por mim, eu quero mais que o Lula morra. Quero que ele vá para o quinto dos infernos. Nem o diabo quer o Lula. Superou o câncer, mas tomara que ele tenha um ataque cardíaco”, disse o parlamentar.

O deputado foi relator do projeto que desarma os seguranças do presidente da República. Ele deu parecer favorável, sob o argumento de que se Lula defende o desarmamento da população, não deve ter escolta armada. Não se deteve ao projeto, foi além e revelou o desejo de ver o presidente morto. A proposta foi aprovada.

Contudo, o ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), pediu à Procuradoria-Geral da República e também à direção da Polícia Federal para investigar e adotar medidas contra Gilvan, “em razão das graves declarações feitas hoje em comissão da Câmara. É inaceitável no Estado Democrático de Direito que um parlamentar use o espaço nobre da Comissão de Segurança Pública da Câmara para defender a morte do presidente da República Federativa do Brasil”, postou Messias.

O PT, aliás, irá representar contra Gilvan da Federal no Conselho de Ética. O líder do partido na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que o deputado bolsonarista merece uma punição exemplar e afirmou que sua declaração confirma a previsão do plano Punhal Verde Amarelo, alvo do STF, que falava em morte de Lula, do vice Geraldo Alckimin e do ministro Alexandre de Moraes.

“Bolsonaro perdeu a eleição e articulou um plano para matar Lula e agora o que fazem? O deputado, do mesmo partido de Bolsonaro, relata um projeto aprovado na Comissão de Segurança da Câmara para retirar armas dos agentes de segurança do Lula ao mesmo tempo, em que defende abertamente sua morte. Querem finalizar o plano Punhal Verde Amarelo”, disse Lindbergh.