Filipe Domingues detalhou partes curiosas do rito da chamada ‘missa de entronização’, que acontece no domingo
No próximo domingo, 18, acontecerá no Vaticano a missa de “entronização” do papa Leão 14, com a presença de vários lideranças mundiais e fieis. O ato representa oficialmente a “posse” do novo líder da igreja católica. Em entrevista ao MyNews, o vaticanista Filipe Domingues detalha como será a cerimônia.
“Até alguns anos atrás a igreja usava esse termo ‘entronização’, agora não se usa tanto, se fala ‘missa do início do pontificado’, justamente para afastar um pouco a ideia do papa com rei, como monarca, que ele seja mais visto como um pastor, como o bispo de Roma, aquele que vai liderar a igreja”, afirmou o especialista.
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Domingues, que tem doutorado em Ciências Sociais na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, esclarece que a missa marca simbolicamente o início do pontificado, já que Leão 14, desde que foi anunciado como papa, em 8 de maio, teve uma série de compromissos, como uma declaração à imprensa.
Filipe Domingues destacou, em entrevista a Afonso Marangoni, alguns momentos importantes da missa: “Ele recebe o anel do pescador, que é aquele anel que representa o sucessor do apóstolo Pedro, que era um pescador, segundo a tradição cristã. Ele recebe também o páleo, que é uma espécie de uma faixa de lã, que ele coloca sob os ombros durante as liturgias, e representa esse pastoreio, esse pastor de toda a igreja.”
“Também tem um momento interessante em que representantes da igreja de diferentes partes do mundo prestam um juramento ao papa, simbolizando essa igreja que se coloca à serviço, à disposição do papa”, destacou o vaticanista, e continuou: “O que a gente tem que ficar de olho mesmo é o que ele vai falar neste dia, além da celebração em si, o que ele vai dizer nesta pregação, nesta homilia.”
“Outra coisa que é peculiar: vocês tem alguns momentos em que representantes do oriente fazem alguma leitura, algum canto em grego, lembrando que a igreja católica quer dizer universal, ou seja, do Ocidente e do Oriente. Tem partes do cristianismo do Oriente que também reconhecem o papa como líder da igreja”, disse.