Petista que tocou trompete durante entrevista do ex-presidente afirmou ao MyNews que foi um “recado dos mortos e torturados pela ditadura”
Militante petista que faz de seu trompete instrumento literal de protesto e manifestação, Fabiano Trompetista ganhou nova notoriedade ontem ao executar a Marcha Fúnebre durante uma entrevista do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) torná-lo réu por uma trama golpista.
A imagem viralizou, Bolsonaro precisou suspender temporariamente a conversa com os jornalistas, riu, meio sem graça, e disse que a corneta o lembrava o Exército. Fabiano, que estava na rua, na Esplanada e próximo ao Congresso Nacional, chegou a ser abordado por policiais legislativos do Senado, mas se recusou suspender seu ato. Ele estava num local público.
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Ao Canal MyNews, Fabiano contou que a iniciativa foi um protesto pela condução de Bolsonaro na pandemia e também uma celebração pelo seu indiciamento, de três generais e de outros quatro réus. A Marcha Fúnebre, uma obra de Frédéric Chopin, simbolizou o funeral político do ex-presidente, relatou o petista.
“Toquei ontem a Marcha Fúnebre, que significa o funeral politico do Bolsonaro, esse ser humano, entre aspas, que deixou nosso povo sem vacina, matando 700 mil brasileiros. Esse cara que celebrou a ditadura militar por tantas vezes, falando que quem gosta de osso é cachorro”, relatou Fabiano, que contou ter um tio, Francisco Celso Leitão, que morreu na ditadura.
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“Essa ação é para dar um fim nessa história que não terminou. Os mesmos que viraram réus agora tem que pagar as contas também pela ditadura militar de 1964. Que bom que hoje podemos ver um general, outros militares e um ex-presidente da República pagando pelo que fez contra o nosso povo, arquitentando um golpe, com o assassinato do presidente Lula, do vice (Geraldo Alckmin) e de ministros do STF (Alexandre de Moraes)”, afirmou o trompetista, que concluiu:
“Foi um recado dos mortos e torturados pela ditadura, dos que tombaram lutando pelo nosso povo”.
Fabiano é convocado com frequência para eventos com petistas e tocou na posse do presidente Lula, na rampa de acesso ao Palácio do Planalto.