Marina, do MST, avalia desafios, conquistas na Alerj e projeta futuro MARINA, DO MST

Marina, do MST, avalia desafios, conquistas na Alerj e projeta futuro


Deputada Marina eleita em 2022 pelo PT, avalia primeiro mandato, avanços no debate sobre MST e faz projeções ao futuro

A Alerj começou seus trabalhos neste ano, e o MyNews teve a oportunidade de conversar com a deputada Marina, do MST, do PT. Ela, que está em seu terceiro ano na Câmara dos Deputados, falou sobre os desafios de 2025 e seus projetos. Além disso, fez uma avaliação dos anos de 2023 e 2024.

R: Meu mandato vem honrando o compromisso que fizemos com os eleitores e com toda a população fluminense de legislar para fortalecer a democracia, a justiça social e o combate às desigualdades. Como presidente da Comissão de Segurança Alimentar da Alerj, venho trabalhando para combater a fome por meio do apoio à agricultura familiar e do consequente fortalecimento da produção e distribuição de alimentos saudáveis no estado.

Dediquei minha vida à luta no Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, onde aprendi lições fundamentais para garantir a dignidade do povo do campo e da cidade. A partir dessa experiência, tenho construído ações para direcionar o trabalho legislativo à melhoria da qualidade de vida da população na totalidade. Nesse sentido, criamos propostas como o PL 365/23, que institui a Política Estadual de Valorização da Mulher no Campo, e o PL 781/23, que estabelece medidas de acolhimento institucional para vítimas de trabalho em condições análogas à escravidão. Ambos já foram aprovados pela Assembleia e aguardam a sanção do governador. Também aprovamos a Lei 10.660/25, que determina que profissionais da saúde, assistência social e educação comuniquem à Secretaria de Saúde qualquer caso de subnutrição infantil identificado.

Nos concentramos em projetos voltados à defesa dos direitos das populações vulneráveis e à promoção de políticas públicas para o desenvolvimento econômico do Rio de Janeiro, sempre com responsabilidade socioambiental.

Ainda há desafios a vencer. As políticas estaduais voltadas para a agricultura familiar são frágeis, dificultando o alcance dos nossos objetivos. Por mais que atuemos no parlamento em prol dessa pauta, é preciso maior compromisso do Governo do Estado para fomentar a produção de alimentos saudáveis pela agricultura familiar fluminense.

Para os próximos anos, pretendemos nos aproximar ainda mais das iniciativas populares, tanto na região metropolitana quanto nas zonas rurais, para incentivar e desenvolver projetos de impacto social. Manter o diálogo sempre aberto é essencial.

CONFIRA: Índia Armelau faz balanço dos primeiros anos na Alerj e traça metas para o futuro

Em 2022, Marina foi eleita com votação expressiva ao abordar temas importantes, entre eles a causa do MST. Assim, a deputada opinou sobre os avanços desse debate e sobre como repassá-lo à população que desconhece o tema.

R: O combate à fome se torna mais urgente a cada dia, diante das mudanças climáticas que interferem severamente no meio ambiente e no preço dos alimentos. Por meio do apoio à agricultura familiar, visamos fortalecer a produção e a distribuição de alimentos saudáveis no estado.

Um exemplo de nossa atuação legislativa é o Projeto de Lei 4.553/24, que tramita na Alerj e propõe a criação de um Plano Estadual de Abastecimento Alimentar (PEABA) para ações integradas de produção, processamento e comercialização de alimentos. Para garantir segurança alimentar em momentos de desastres climáticos, também estão em tramitação o PL 3.582/24, que dispõe sobre o programa de cozinhas solidárias emergenciais fluminenses, e o PL 3.254/24, que garante apoio aos agricultores familiares atingidos por enchentes, alagamentos e estiagens.

Diante da situação catastrófica que o planeta enfrenta, acredito que a maioria da população começará a compreender a importância de lutar por um modelo de desenvolvimento mais justo e sustentável. A cadeia de produção de alimentos baseada no agronegócio contribui decisivamente para o esgotamento do planeta, tanto pela emissão de CO2 quanto pelo uso insustentável de recursos naturais, como a água.

Enquanto isso, seguimos promovendo o diálogo, esclarecendo dúvidas e preocupações com base em fatos e experiências concretas. Usamos a educação e a informação para apresentar alternativas e cultivar esperança.

A insegurança pública é, provavelmente, o maior problema do Rio de Janeiro. Marina viu sua aliada e companheira Maíra, do MST e do PT, eleita vereadora, sofrer essa realidade ao ser assaltada próximo à sua casa. Assim, ela relata como debater o tema de forma que vá além do senso comum, evitando soluções superficiais, como operações sem resultados concretos.

Marina na Escadaria Selarón, na Lapa, Rio de Janeiro – Foto: Arquivo Pessoal

VEJA TAMBÉM: Maíra, do MST, assume mandato no Rio e fala dos desafios na cidade

R: Me solidarizo com minha parceira de luta, a vereadora Maíra, do MST (PT-RJ), vítima de um assalto à mão armada em setembro do ano passado, em frente à sua casa. O caos na segurança pública impacta tanto áreas centrais quanto as periferias. Só em janeiro de 2025, o Rio de Janeiro registrou um aumento significativo da violência armada, com 181 pessoas baleadas, das quais 79 faleceram. Os grupos mais vulneráveis são, predominantemente, pessoas negras e jovens, especialmente em disputas entre facções, como a que afetou moradores e trabalhadores do Morro dos Macacos e do bairro de Vila Isabel recentemente. O medo se instala, e a população teme levar os filhos à escola, sair para trabalhar, ter um momento de lazer ou até mesmo ser atingida por uma bala perdida em casa. É urgente formular políticas públicas que garantam a segurança dos cidadãos e condenem práticas violentas e antidemocráticas.

Marina deixa um recado para quem deseja acompanhar seu trabalho

Por fim, Marina deixa um recado para seus seguidores e para aqueles que desejam acompanhar seu trabalho a partir de agora. Ela também projeta o cenário político de 2026, tanto no âmbito estadual quanto no nacional.

R: Não há alternativa senão lutar para as coisas melhorarem. E a luta precisa ser coletiva. Continuaremos construindo uma sociedade mais justa por meio da lei, do diálogo e da solidariedade, seja ano de eleição ou não. Em 2026 e sempre, esperamos um cenário político em que a democracia seja respeitada.

Veja mais do MyNews

Clique neste link e seja membro do MyNews — ser inscrito é bom, mas ser membro é exclusivo!

Compartilhar:

Relacionados