Em documentação mostrada pelo programa fantástico, da TV Globo, as autoridades são alertadas sobre CV e PCC estarem juntos
Neste domingo (16), o programa Fantástico, do Grupo Globo, apresentou um relatório que revela uma aliança entre as maiores facções criminosas do Rio de Janeiro e de São Paulo: Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC), respectivamente. O documento detalha ações coordenadas para flexibilizar o tratamento de presos perigosos no sistema penitenciário do país.
Algumas gravações divulgadas mostram conversas entre detentos e seus advogados nas penitenciárias brasileiras.
“A unificação dos advogados do Primeiro Comando da Capital, o PCC, e do Comando Vermelho, o CV, vem sendo formatada por integrantes do alto escalão das duas facções. O objetivo seria fortalecer os grupos criminosos para, principalmente, pleitear demandas dos chefes presos no sistema penitenciário federal”, diz um dos diálogos.
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Na maioria das penitenciárias federais, os detentos cumprem pena no regime disciplinar diferenciado. Nesse modelo, o preso fica isolado em cela individual monitorada por câmeras e tem direito a apenas duas horas diárias de banho de sol. As visitas são restritas a duas pessoas por semana, sem contato físico. Além disso, o detento não pode assistir televisão, ouvir rádio, ler jornais e revistas nem utilizar internet ou celular.
Outro documento mostra que o setor de inteligência do Ministério da Justiça identificou um diálogo no qual o chefe do PCC, Marco Willians Camacho, o Marcola, pergunta a um advogado: “Eles vão fazer então um abaixo-assinado com 1 milhão e 600 mil assinaturas?”
Por fim, as autoridades avaliam se a possível união entre as facções resultou em uma trégua. No entanto, ainda não há comprovação. O promotor Lincoln Gakiya, que investiga o PCC há quase 20 anos, afirmou:
“No Rio de Janeiro e em São Paulo já houve essa trégua. A união das duas maiores organizações criminosas do país pode levar a um incremento no tráfico internacional de cocaína e no tráfico de armas para o Brasil. Isso representa um compartilhamento de rotas e, sobretudo, um fortalecimento ainda maior dessas organizações criminosas.”