Ao menos 44 países já iniciaram a imunização de suas populações contra a Covid-19
Em uma nova declaração polêmica relacionada à questão das vacinas contra a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (28) que não é o Brasil que precisa buscar os laboratórios para obter os imunizantes, mas sim o contrário.
“Os laboratórios não tinham que estar interessados em vender para a gente? Por que eles não apresentam documentação na Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]? Só dizem que têm que ir atrás. Não, quem quer vender tem que se apresentar”.
Já no sábado (26), em outra declaração, Bolsonaro disse que “não está preocupado” com o fato de parte da comunidade internacional ter iniciado o processo de imunização de suas populações. “Ninguém me pressiona para nada, eu não dou bola para isso”.
Com o início da vacinação na União Europeia, já são 44 países nessa situação, que deve ganhar o acréscimo da vizinha Argentina ainda nesta semana. Bolsonaro segue negando ter qualquer tipo de responsabilidade quanto às vacinas.
De acordo com o consórcio de veículos de imprensa que monitora a disseminação da Covid-19 no Brasil, o país já contabiliza 7,5 milhões de casos confirmados (atrás somente de Estados Unidos e Índia), com 191 mil vítimas fatais em decorrência do vírus.
Em nota, a Pfizer, um dos laboratórios desenvolvedores de vacina contra a Covid-19 e que já está sendo aplicada em populações, descartou pedir autorização para uso emergencial no Brasil.
Segundo o laboratório, dificuldades encontradas no Guia de Submissão para Uso Emergencial, elaborado pela Anvisa, levaram à conclusão de que o trâmite mais célere para uso do imunizante no Brasil é por meio da submissão contínua. Neste procedimento, os resultados das fases dos testes clínicos vão sendo apresentados à medida que ficam prontos, e não somente ao final da pesquisa.
A farmacêutica diz ainda no comunicado que segue “em negociações com o governo federal para o fornecimento de sua vacina contra a Covid”.
Na contramão de países que fecharam acordos com mais de um laboratório para fornecimento de vacinas, o governo brasileiro optou por firmar contrato apenas com o laboratório AstraZeneca, que está desenvolvendo um imunizante em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido). No entanto, atrasos nos testes com as doses devem retardar sua chegada ao Brasil. Segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a vacinação no país deve começar somente em fevereiro.
O governo brasileiro chegou a anunciar um plano nacional de vacinação, no qual diz contar com as doses a serem fornecidas pela AstraZeneca e cita outros imunizantes em desenvolvimento por outros laboratórios como “elegíveis” para compra, caso seja identificada a necessidade.
Enquanto isso, Estados pressionam o governo federal a ter direito de comprar vacinas diretamente, sem passar pela União, caso o plano nacional de imunização se revele insuficiente para atender a demanda.
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