Os sons de Péricles Cavalcanti Capa do álbum Compositor (independente) de Péricles Cavalcanti | Foto: Divulgação

Os sons de Péricles Cavalcanti

Hoje trataremos de Compositor (independente), recém-lançado pelo compositor, cantor e instrumentista Péricles Cavalcanti

Hoje trataremos de Compositor (independente), recém-lançado pelo compositor, cantor e instrumentista Péricles Cavalcanti. Após gravar ao menos dez álbuns, Cavalcanti entregou-se agora à antiga disposição de registrar as suas obras feitas para filmes e peças. Antes de seguir, devo dizer que acompanho à distância a carreira deste que considero um trabalhador luminar de canções.

Compositor é um EP com sete músicas e duração aproximada de 16 minutos. Talvez tempo curto demais para quem nele se debruçar vorazmente. Pois ali encontrará uma atmosfera plena de segredos que se abrem ao ouvinte, cativando-o, deixando-o pronto para novas descobertas. E as belezas, que não se fazem de rogadas, surpreendem a cada harmonia, a cada acorde e a cada ritmo, impregnando os ouvidos de bons e bem-vindos momentos. Vamos às músicas!

Tema de Anna K” (de Anna K, filme de José Roberto Aguilar – 2015). Com arranjo em que brilham Bruno Serroni (cello), Marcelo Monteiro (flauta), Atílio Marsiglia (violino) e o próprio Péricles Cavalcanti no violão e no baixo, a magia encanta ao se valer de uma pegada plena de suingue.

Canção das Desgraças das Criancinhas” (de “Os Sertões” de Euclides da Cunha, montagem do Teatro Oficina dirigida por Zé Celso Martinez Corrêa – 2002/2006): o ritmo que embala os versos, quase recitados por vozes mistas, chamam a atenção para a abordagem social de Euclides da Cunha (1866 – 1909).

Tema para Lina e Pietro Bardi”, do curta Quem é Bardi (direção de José Roberto Aguilar – 2000): segundo informa PC, é uma de suas preferidas. Intensa, a intro soa com destaque para o piano e logo cai num samba balançado, sob encargo de Cid Campos (viola, teclados, baixo) e Leo Cavalcanti (percussões), filho de PC.

Fantasia Monkiana” (de Mil e Uma, filme de Suzana de Moraes – 1993): feita em homenagem a Suzana, PC a considera meio que uma paródia instrumental de composições do pianista e compositor norte-americano Thelonious Monk (1917-1982). Tema originalmente sem letra, que ganhou versos cantados por PC.

Natureza Viva” (também do curta Quem é Bardi?): outro bom samba com belo arranjo de concepção minimalista.

Tema de Alice” (também de Mil e Uma): gravada no filme por Adriana Calcanhotto, em Compositor vem pela voz de PC, que enfim confessa ter “descoberto” o gênero musical do seu tema: é uma valsa!

Gloriette” (vídeo dos Irmãos Campana, direção de José Roberto Aguilar – 2000) fecha a tampa do EP. A caixa da batera vem e embala o tema digno de uma retreta interiorana. O arranjo ganha destaque no trompete de Claudio Faria, na guitarra de Guilherme Held e nas percussões de Décio 7.

E assim, aproximei-me do trabalho de um cara a quem sempre admirei, mas que só agora me pus a ouvir com determinada atenção.

Clique aqui para ouvir o álbum!

Ficha técnica: Produção musical: Péricles Cavalcanti; capa: Lidia Chaib e Péricles Cavalcanti.

Aquiles Rique Reis
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