Caso INSS: nas redes, 69% das reações foram “muito negativas”, diz estudo Prédio do Instituto Nacional do Seguro Social. Edfício sede do INSS. Fachada do INSS. Setor de autarquia sul | Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil - 03/11/2023 PEGOU MAL

Caso INSS: nas redes, 69% das reações foram “muito negativas”, diz estudo

Levantamento revela que busca também citou negativamente nome do ministro da Previdência, Carlos Lupi; estudioso diz que 21% de positivo foi até bom para o governo

Uma análise do impacto nas redes do escândalo do INSS, que atingiu em cheio o governo Lula nesta semana, mostrou um dado preocupante para o Planalto: 69% do sentimento foi “muito negativo”. As menções negativas utilizaram termos como “fraude”, “vergonha”, “safadeza” e “Lula sabia?”.

Caso INSS

Na outra ponta, 21% foi de resposta “positiva” para o governo, em razão da exoneração imediata do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Menções positivas valorizaram a resposta imediata do governo, que se mostrou firme, conclui o estudo e levantamento feito pela Ativaweb, exclusivo para o Canal MyNews.

O mapeamento completo da repercussão digital do escândalo envolvendo o INSS foi feito durante as 24 horas de ontem, quinta-feira. Foram analisadas 2.879.099 menções, coletadas em quatro fontes principais: Instagram, Facebook, X (antigo Twitter) e buscas no Google.

Leia Mais: Fraude no INSS ameaça permanência de Lupi no governo

Do total analisado, 10% se mostraram “neutros”. Essas postagens neutras foram majoritariamente informativas,
vindas de portais noticiosos. A defesa de que o esquema é herdado de governos anteriores gerou engajamento com perfil técnico.

Apesar de um resultado negativo para o governo, o publicitário Alek Maracajá, diretor da Ativaweb, o Planalto pode entender como positivo parte da conclusão

“Numa crise, 21% de menções positivas em meio à avalanche de críticas mostra que a comunicação de resposta funcionou, disse Maracajá, que falou da instataneidade da repercussão de um escândalo desse porte.

“Quando o tema é técnico e afeta milhões, o digital vira termômetro da indignação nacional”, afirmou.

Reação precisa ser rápida

Maracajá afirmou ainda que a repercussão digital do caso INSS evidencia, mais uma vez, como a relação entre política, gestão pública e redes sociais está cada vez mais sensível e acelerada.

“Em poucas horas, uma crise institucional pode escalar para o centro do debate nacional e comprometer a imagem de lideranças públicas, mesmo quando os fatos revelam problemas herdados de gestões anteriores”.

No levantamento, a expressão “presidente do INSS” disparou, junto a palavras como “desvio” e “bilhões”. A tag #VergonhaINSS foi usada por diversos influenciadores e perfis políticos. A dúvida “Lula sabia?” se tornou um dos principais vetores de ataques pessoais. Influenciadores da direita amplificaram o tom, exigindo CPI e responsabilização.

“A ausência de uma resposta oficial nas primeiras horas gerou vácuo narrativo ocupado por especulação. É nas primeiras horas que se define o rumo de uma crise. Ou você comunica, ou será comunicado por terceiros.”

Lupi citado negativamente 

O estudo apontou ainda que houve também um aumento crescente e negativo nas buscas por Carlos Lupi. A palavra “aposentadoria” apareceu fortemente relacionada ao medo e insegurança. A figura de Alessandro Stefanutto passou a ser altamente citada após a exoneração.

Maracajá diz que a população, sobretudo as classes mais impactadas pelo sistema previdenciário, usa as redes para fiscalizar e cobrar. Segundo ele, a narrativa institucional precisa ser construída com dados, agilidade e empatia.

“Não existe mais espaço para reações lentas no ambiente digital. O pulso da opinião pública está nas redes e só quem escuta em tempo real consegue governar com credibilidade.”

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