O ex-ministro quer transformar a a festa de seus 79 anos, dia 11, numa demonstração de força não só pessoal, mas também como sinal de apoio ao governo, com mais de 500 pessoas
Liderança e referência no PT, o ex-ministro José Dirceu quer transformar a festa de comemoração de seus 79 anos, no próximo 11 de março, numa demonstração de força política, mas não só pessoal. Ele quer o evento também como um sinal de apoio ao governo, nesse momento de baixa.
Dirceu já distribuiu os convites e aos amigos diz que para atingir seu propósito pretende levar bem mais de 500 convidados ao bar e restaurante no Setor de Clubes de Brasília, reservado para sua celebração. Pelo convite, a festa não será totalmente boca livre. O ex-ministro informa que será no esquema de “comanda individual”
O chefe da Casa Civil do primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva quer reunir lideranças políticas dos mais diversos campos. Quer aproveitar seu trânsito entre o centro e até a centro-direita para mobilizar apoio ao Palácio do Planalto, nesse momento de baixa popularidade de Lula e de sua gestão.
Nos bastidores, Dirceu segue fazendo costuras e amarras a favor do governo. Tem conversado, e muito, com gente próxima e do entorno do presidente, que não é aguardado na festa. Dirceu sabe que uma foto com Lula será explorada pela oposição extremista do bolsonarismo.
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O ex-ministro se reuniu recentemente, por exemplo, com o ministro da Defesa, José Múcio. Foi no período em que o presidente da República fazia gestões para que seu ministro não abandonasse a pasta neste momento. Múcio concordou em permanecer até o final de 2025. O petista ainda tem trabalhado intensamente pela condução do ex-prefeito Edinho Silva à presidência do PT.
José Dirceu não terá dificuldades em reunir dezenas, até centenas, de convidados. Na festa de seu aniversário do ano passado, quase 500 pessoas estiveram presentes. O evento foi numa casa no Lago Sul. Naquela comemoração compareceram o então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e lideranças diversas dos partidos do Centrão que apoiam o governo e tem cargos no primeiro escalão, como Elmar Nascimento (União), Marcus Pereira (Republicanos), Antônio Britto (PSD) e Isnaldo Bulhões (MDB).
Estiveram presentes também quase todos os ministros do governo e o vice-presidente Geraldo Alckmin. Se aquela festa foi entendida como a reabilitação política de Dirceu, que recuperou seus direitos políticos, a deste ano pode ser a tentativa de se fazer o mesmo com o governo, que arrisca perder sua sustentação política.