Eduardo Bolsonaro mantém servidores e suplente não indica um sequer no gabinete Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados EXCLUSIVO

Eduardo Bolsonaro mantém servidores e suplente não indica um sequer no gabinete

“Acordo”: Missionário José Olimpio (PL-SP) não indicou ninguém até agora, apesar de estar há três meses na suplência; oito servidores que atuaram com filho do ex-presidente seguem lotados na Câmara

Há três meses no mandato, na condição de suplente de Eduardo Bolsonaro (PL-SP),  o Missionário José Olimpio (PL-SP) não nomeou até hoje sequer um funcionário de sua escolha no gabinete. Todos os servidores que trabalhavam com o filho de Jair Bolsonaro seguem empregados e recebendo regularmente seus salários.

Na folha de pagamento de junho, da Câmara, 8 servidores que estavam lotados com Eduardo, que está de licença e se mudou para os Estados Unidos nesse período, aparecem contratados regularmente, com salários que variam de R$ 7,5 mil (um deles) a R$ 18,7 mil (cinco deles). O mais bem remunerado recebe R$ 23,7 mil. Dos oito, sete são secretários parlamentares e um é CNE (Cargo de Natureza Especial).

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É comum na Câmara acordos entre titulares e suplentes. Quem entra mantém boa parte do gabinete de quem está saindo de licença, mas sempre indica e escolhe alguns nomes, uns quatro ou cinco. Mas não foi o que ocorreu. E não há ilegalidade. A suplência é vista como uma “concessão”.

Pelas regras, o regimento, o suplente da vez é chamado a assumir o mandato quando o titular tira uma licença superior a 120 dias. Eduardo optou por se licenciar por 122 dias, abrindo a brecha para que Olimpio assumisse seu lugar durante essa ausência. Se a licença fosse de 119 dias, o suplente não seria chamado e a Câmara ficaria com um deputado a menos, 512 parlamentares.

Ao MyNews, o Missionário José Olimpio confirmou que não indicou ninguém, nenhum servidor de sua livre escolha,  para trabalhar com ele. Ele disse que estaria impedido de fazê-lo por uma obrigação regimentar. Não é bem assim. Um acordo diferente com o titular, poderia permitir a ele indicar ao menos alguns nomes, ou até trocar todos servidores.

“Mas cota parlamentar eu uso”

Olimpio falou que não escolheu nem um servidor para atuar na sua base eleitoral, no interior de São Paulo, como todos os parlamentares fazem. Mas fez questão de dar ênfase que a cota parlamentar, essa sim, está usufruindo. Cota parlamentar envolve despesas com aluguel de veículos, combustíveis e lubrificantes, alimentação do parlamentar.

“Mas a cota parlamentar, essa não, essa eu estou usando”, disse Olimpio, numa conversa com a reportagem no plenário da Câmara.

A coluna apurou também que, quando decidiu passar uma temporada nos Estados Unidos, Eduardo não pretendia abrir a vaga para convocar o suplente. Estava decidido a se licenciar por menos de 120 dias. Essa informação foi confirmada ao MyNews pelo deputado Adilson Barroso (PL-SP), que é o primeiro suplente da coligação bolsonarista em São Paulo e ocupa, na Câmara, a vaga de Guilherme Derrite,  atual secretário de Segurança Pública do governador Tarcísio de Freitas. Barroso contou que até Jair Bolsonaro foi acionado no convencimento a Eduardo autorizar que o suplente fosse chamado.

Eduardo Bolsonaro foi procurado, mas não retornou ao contato. O espaço segue aberto para sua manifestação. O deputado se licenciou em 19 de março e seu período de licença expira no final de julho.

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