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Gleisi Hoffmann (à esquerda), ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, e Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e candidato a comandar a legenda | Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados/Instagram
RACHA INTERNO
Presidente participou de reunião com dirigentes do PT na casa de Gleisi Hoffmann e ouviu críticas ao ex-prefeito de Araraquara
Não bastassem os problemas reais do país, como a inflação que eleva o preço dos alimentos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está no meio de um tiroteio no seu partido, famoso também por seus rachas internos dada a diversidade de correntes que abarca. Lula esteve num jantar na casa de Gleisi Hoffmann, que está deixando a presidência do PT e assume hoje a Secretaria de Relações Institucionais, e ouviu muitas queixas a Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e candidato a comandar a legenda.
Até então, o divulgado era que Lula estava fechado com Edinho, que é de seu campo politico, o Construindo Um Novo Brasil. Não é bem assim, ao que informou o próprio presidente aos petistas presentes no encontro. Com o relato e rosário de críticas a Edinho – de que se lançou sem antes procurar a atual direção do PT, por exemplo, – Lula surpreendeu e afirmou não ter fechado apoio ao ex-prefeito. Ao menos, até agora.
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A revelação do presidente da República animou os presentes que costuram uma chapa alternativa para concorrer nas eleições diretas do partido, que ocorre em julho. As inscrições das chapas se abrem em abril. Nas palavras de um dos presentes no jantar, Edinho foi “fritado” na conversa.
Além de Gleisi, estavam presentes o senador Humberto Costa, presidente interino do PT; o lider do governo na Câmara, deputado José Guimarães; o vice-presidente do PT, Washington Quaquá; o secretário de Comunicação do partido, deputado Jilmar Tatto e a tesoureira da legenda, Gleide Andrade.
A avaliação do grupo é que Edinho se lançou de forma atabalhoada, deu entrevistas antecipando apoio de Lula não oficializado e, assim, acabou exposto no partido. Foi criticado também por já ter se reunido duas vezes com o prefeito de Recife (PE), João Campos, que irá assumir a presidência nacional do PSB, mas, sem, antes, ter procurado a direção do próprio PT.
Fato é que a negativa de Lula, que não fechou seu apoio a Edinho, animou os petistas, que começam a buscar viabilizar outras alternativas. Um dos nomes cotados é de Humberto Costa, que, em entrevista ao Canal MyNews sobre se apoiava ou não Edinho preferiu uma resposta que leva a crer que não. O senador afirmou que esta é uma candidatura posta mas que outras deveriam surgir.
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A crise está instalada e o cargo de sucessor de Gleisi, em aberto. No encontro, Lula disse ainda que esse assunto é um problema interno do PT e que não gostaria de se meter. Quem quiser acreditar, que acredite. Se até lá, Lula se manifestar a favor de algum nome, seja de Edinho Silva, de Humberto Costa – que se anima a concorrer desde que seja uma candidatura com apoio do presidente da República – ou de outro, este escolhido será o “ungido” a presidente do PT.
Edinho Silva indignado: “Lula foi usado”
Único postulante abertamente ao cargo, Edinho Silva reagiu ao encontro dos petistas com Lula na quinta-feira. O ex-prefeito disse que Lula foi usado e que o a reunião foi vazada para a imprensa.
“O Lula vai para uma reunião para se construir uma unidade e ela é vazada para a imprensa como instrumento de luta interna. Nós não podemos aceitar. Estou muito indignado com o que aconteceu, da forma como aconteceu, mas isso não me desestimula. Ao contrário, me estimula a lutar para a construção do partido que nós temos que construir”, afirmou Edinho, no domingo, no interior de São Paulo.
Edinho elogiou Gleisi, a quem chamou de “maior presidente da história do PT”.
