Depois de 64 anos do golpe que derrubou o presidente João Goulart, o país tem um encontro no STF com militares perpetradores de outra trama
O país assiste a partir de hoje ao início de uma contagem regressiva que, quando encerrada, mudará a história do Brasil. Pela primeira vez, tudo aponta, teremos oficiais militares de alta patente e um ex-presidente da República condenados pela tentativa de golpe de Estado.
Depois de 64 anos do golpe que derrubou o então presidente João Goulart, pela primeira vez aqueles que tentaram perpetrar uma intentona contra o país, atropelando as instituições, ameaçando a democracia e ignorando o resultado legítimas das urnas, estão no banco dos réus e, sobre suas cabeças, acusações gravíssimas, com penas muito altas.
Um julgamento histórico. Um momento histórico. Consequências históricas. Com réus inéditos.
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Além de Jair Bolsonaro, apontado como o chefe da organização criminosa, o país conhecerá em muito breve as penas aplicadas a ele e seus generais pela ameaça que representaram ao Brasil naquele período. Um ex-presdiente que ameaçou o tempo todo a democracia, que atacou o Judiciário, que declarou só sair “morto” do Planalto e que, ainda, nem respondeu pela responsabilização das mais de 700 mil mortes de Covid no país. Ele debochou da doença.
Estão a seu lado no banco dos réus: os generais Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, Braga Netto e Almir Garnier. Além do tenente-coronel Mauro Cido, do ex-ministro Anderson Torres (Justiça) e do deputado Delegado Ramagem (PL-RJ).
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Respondem por crimes como organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
O julgamento que começa hoje tem data marcada para terminar, na próxima sexta-feira, 12. O Brasil viverá dias de tristeza, emoção e esperança. De um encontro com a Justiça. Da certeza que algo parecido nunca mais voltará a acontecer.