A covardia de Bolsonaro Bolsonaro durante abertura de exposição sobre o Holocausto no Congresso Nacional | Foto: Evandro Éboli/Canal MyNews

A covardia de Bolsonaro

A história está cheia de homens valentes. Bolsonaro nunca foi um deles.

Bolsonaro é covarde. A primeira vez que ouvi essa afirmação foi numa entrevista com Aldo Rebelo aqui no MyNews, na época em que ele era candidato ao Senado por São Paulo, pelo PDT. De lá pra cá, a frase passou a ecoar com ainda mais força na minha cabeça. O episódio de 8 de janeiro escancarou essa verdade com todas as letras: o ex-presidente largou à própria sorte os apoiadores que acamparam por meses em frente aos quartéis e que, inflamados por um discurso golpista, acabaram destruindo os principais símbolos do Estado Democrático de Direito.

Mas a covardia de Bolsonaro vem de muito antes. Na pandemia, por exemplo, vimos um presidente incapaz de enfrentar com seriedade a maior crise sanitária do século. Preferiu a zombaria à responsabilidade. Rejeitou vacinas, sabotou medidas básicas de proteção e fugiu de qualquer gesto que exigisse compaixão, racionalidade ou liderança. Foi covarde ao apostar, deliberadamente, na imunidade de rebanho, mesmo diante de todas as advertências da ciência, de médicos, infectologistas e especialistas em saúde pública. Apostou que o vírus mataria os mais fracos e deixaria os demais imunes e não se furtou em empurrar para o matadouro o seu próprio “gado”, como são chamados, nas redes os seguidores mais fanáticos do ex-presidente.

Covardia também quando permite ou estimula que o filho vá aos Estados Unidos para tentar chantagear o país em meio ao “tarifaço” de Trump, penalizando setores da economia brasileira e muitos dos apoiadores do próprio bolsonarismo. Um comportamento que, mais uma vez, revela a lógica do “eu acima de tudo”. Sempre ele. Sempre Bolsonaro. Nunca o Brasil.

Agora, a mais nova demonstração dessa covardia é ver a extrema direita ocupando o Congresso Nacional para pedir o quê? Anistia. Mas não é pelos presos de 8 de janeiro. É por Bolsonaro. Não é pelo país. É por Bolsonaro. Não é pela democracia. É por Bolsonaro.

Estamos diante de um movimento que transforma um ato criminoso contra a República em escada para a impunidade de um só homem. Um líder que nunca teve coragem de assumir suas responsabilidades, que usa o país como escudo e seus seguidores como bucha de canhão. Um político que, quando mais se precisa de firmeza moral, some, terceiriza, se esconde.

A história está cheia de homens valentes. Bolsonaro nunca foi um deles.

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Confira abaixo à entrevista com Aldo Rebelo:

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