Em entrevista, vice-presidente afirmou que o Brasil vive “uma instabilidade jurídica” e que vacina “é a solução”
por Vitor Hugo Gonçalves em 11/03/21 16:27
O vice-presidente da República Hamilton Mourão (PRTB) afirmou ao jornal Folha de São Paulo que não há qualquer tipo de risco de ruptura institucional caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições presidenciais de 2022. Vacinas e a atuação do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, também entraram na conversa.
“É aquela história: o povo é soberano. Se o povo quiser a volta do Lula, paciência. Acho difícil, viu, acho difícil”, afirmou o general. Sobre a decisão do ministro da Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin de anular as sentenças do petista relacionadas à Operação Lava Jato, o vice disse que o “equilíbrio de Poderes na nossa democracia está rompido. O Judiciário está com um poder acima dos outros dois e, consequentemente, isso leva a uma instabilidade jurídica”.
Entretanto, Mourão reiterou sua despreocupação quanto à possível candidatura de Lula: “Todo mundo pode ser candidato. Quanto ao ex-presidente Lula, nem me preocupo. Podem anular o processo, podem mudar o juiz do jogo, mas uma coisa para mim é clara. O ex-presidente Lula foi condenado em três instâncias por corrupção. Isso aí não muda.”
Na entrevista, o general da reserva fez críticas breves à postura governamental frente à pandemia de covid-19. Mourão disse que faltou uma campanha para conscientizar a população no combate ao vírus, além de que os embates entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), atravancaram as ações.
“Essa pandemia foi usada politicamente tanto pelo nosso lado quanto pelas oposições. Esse uso político da pandemia é péssimo”, disse. Contudo, o vice-presidente retirou do Ministério da Saúde a responsabilização maior sobre a atual crise sanitária, afirmando que ninguém “tem experiência de gestão em uma situação dessas”. Mourão afirmou, ainda, que deu um “puxão de orelha” em Pazuello e afirmou ao militar que ele deveria fazer mais e falar menos.
O vice-presidente afirmou que “com certeza” tomará uma vacina contra a covid-19 e que Bolsonaro deve fazer o mesmo. Mourão disse que o Brasil deve chegar no final do ano com “120 ou 130 milhões de pessoas vacinadas”.
Sobre as recentes exclusões de sua presença em reuniões ministeriais, Mourão foi enfático ao dizer que “o vice-presidente não faz parte da cadeia executiva do país. Está escrito na Constituição. Não é presidente, vice-presidente e ministros. A Constituição diz que o presidente exerce o Poder Executivo por meio de seus ministros. E outro artigo mostra o papel do vice-presidente, que é substituir o presidente nos afastamentos eventuais dele e ficar em condições de cumprir alguma missão que o presidente lhe der”. […] “É aquela história: aos 67 anos de idade, não vou ficar: ‘Pô, não me chamaram para o play’”.
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