Alta da Selic estava prevista desde o fim de 2024, diz Haddad Ministro da Fezanda, Fernando Haddad, no XXVII Congresso Internacional de Direito Constitucional (IDP) | Fotos: Diogo Zacarias/MF JUROS

Alta da Selic estava prevista desde o fim de 2024, diz Haddad

Em dezembro do ano passado, o Banco Central já tinha indicado que faria duas elevações de 1 ponto percentual na taxa em janeiro e em março

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de aumentar a Taxa Selic (juros básicos da economia) de 13,25% para 14,25% ao ano já era esperada desde o final do ano passado, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta noite. De acordo com ele, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, seguiu as medidas que havia indicado em dezembro.

“Esse aumento [de juros], na verdade, teve um guidance no final do ano passado. Isso que aconteceu. Teve um guidance, o presidente do Banco Central [Gabriel Galípolo] disse em entrevista coletiva que o guidance seria observado”, declarou Haddad ao deixar o ministério.

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No jargão do mercado financeiro, guidance representa um indicativo das direções a serem seguidas por uma empresa ou instituição financeira.

Na reunião de dezembro, a última sob a gestão de Roberto Campos Neto, o Banco Central tinha indicado que faria duas elevações de 1 ponto percentual na Selic em janeiro e em março. Esse guidance tinha vindo tanto no comunicado emitido após a reunião do Copom como da ata do encontro, uma semana mais tarde.

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Haddad disse que só fará mais comentários sobre a decisão do Copom após ler a ata do comitê, prevista para ser publicada na próxima terça-feira (25). No comunicado emitido após a reunião de hoje, o BC informou que deverá elevar a Selic na reunião de maio, mas em menor ritmo.

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, da elevada incerteza e das defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião”, destacou o texto.

Críticas

A decisão do Copom provocou críticas dentro do próprio PT. Em postagem na rede social X (antigo Twitter), o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara, escreveu que a decisão trará prejuízos para a economia.

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“Essa política monetária é um equívoco com impactos nefastos para a economia brasileira e também para a questão fiscal no nosso país. Cada 1% a mais na taxa básica de juros, temos um aumento de gastos com juros da dívida de algo em torno de R$ 50 bilhões. O mercado defende ajuste fiscal, mas ao mesmo tempo pressiona por uma política monetária que causa um verdadeiro rombo nas contas públicas”, escreveu o deputado, tradicional crítico dos juros altos.

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