Apib critica ação policial em frente ao Congresso Polícia usa spray de pimenta e gás de efeito moral contra manifestantes indígenas em frente ao Congresso Nacional | Foto: Apib Oficial/Instagram RESISTÊNCIA

Apib critica ação policial em frente ao Congresso

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) considera que houve uso excessivo da força contra lideranças indígenas que se manifestavam no local

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) divulgou uma nota expressando seu repúdio à ação policial realizada na noite de quinta-feira (10), em frente ao Congresso Nacional. Segundo a organização, houve uso desproporcional da força por parte da Polícia Militar e da Polícia Legislativa contra lideranças indígenas que participavam de uma manifestação no local. Diversas pessoas, entre elas idosos e crianças, necessitaram de atendimento médico devido à inalação de gás lacrimogêneo.

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A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL-MG) também se manifestou nas redes sociais. Ela foi atingida por gás de pimenta e gás lacrimogêneo.

“O Congresso, além de aprovar leis inconstitucionais, ataca os povos indígenas e seus próprios deputados. A deputada indígena Célia Xakriabá e várias pessoas ficaram feridas ao serem recebidas com bombas de gás de pimenta e efeito moral, no local que deveria ser a casa da democracia”, diz, em nota, a Apib, que estima em 5 mil o número de indígenas presentes no ato.

Célia Xakriabá conta que as bombas de efeito moral foram lançadas de forma indiscriminada e considera que ocorreu “um claro ato de repressão contra o movimento indígena”. “Mesmo me identificando como deputada federal, fui impedida de sair do local, constrangida, agredida e precisei de atendimento médico na Câmara dos Deputados”, relata a deputada.

“Esse episódio escancara o que temos denunciado há muito tempo: a violência do Estado contra os povos originários e o racismo institucional que marca as estruturas de poder deste país. Também é violência política de gênero, num país em que ser mulher indígena no Parlamento é resistir diariamente ao apagamento. Nós não vamos recuar. Não vamos nos calar diante da truculência. Nossa voz ecoa por centenas de povos e territórios, e não será silenciada por bombas nem pelo autoritarismo.”

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Em nota, a Polícia Militar do DF afirma que durante toda a semana realizou o acompanhamento e policiamento das manifestações. Na noite de ontem, os manifestantes teriam adentrado na área de segurança do Congresso Nacional, “momento em que a segurança do Congresso Nacional, a Polícia Legislativa, atuou com material químico”.

A Secretaria de Polícia do Senado Federal também divulgou nota em que diz ter ocorrido “um avanço inesperado de manifestantes do acampamento indígena em direção à sede do Poder Legislativo e que foi necessário conter os manifestantes, sem grandes intercorrências”.

“A Presidência do Congresso Nacional reforça seu respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica. No entanto, é indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares”, complementa o texto da secretaria.

A manifestação de ontem foi organizada no contexto do Acampamento Terra Livre, maior manifestação anual indígena do país, que completou 21 edições este ano.

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Veja imagens do confronto:

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