Assessor afastado por Dino dividia o apartamento com o deputado  EMENDAS PARLAMENTARES

Assessor afastado por Dino dividia o apartamento com o deputado 


O deputado Afonso Motta (PDT-RS) se manifestou na tarde desta quinta-feira sobre a operação da Polícia Federal que atingiu seu chefe de gabinete, Lino Rogério, apontado como partícipe de um esquema de desvio de verba de emenda parlamentar, de recurso destinado ao hospital Ana Néri, no Rio Grande do Sul. Motta, que é o autor da emenda, negou qualquer envolvimento seu no caso e se disse surpreso com a investigação.

Lino mora no mesmo apartamento funcional de Motta, algo muito comum em Brasília, imóvel que foi  alvo de busca e apreensão dos agentes da PF. O secretário parlamentar trabalha junto com o deputado em Brasília há quinze anos. O parlamentar está no seu quarto mandato. Motta afirmou que Lino não vai seguir dividindo mais o imóvel com ele e irá pedir para que deixe o apartamento a partir desta quinta ou amanhã, sexta-feira.

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Afonso Motta afirmou que acompanha diretamente o trâmite das emendas de sua autoria e contou que iria ainda conversar com Lino. O deputado afirmou que o chefe do gabinete não tinha autonomia para liderar o processo de envio e pagamentos das emendas.

“Eu tenho o acompanhamento da quase totalidade das emendas parlamentares que saem do meu gabinete. Ele (Lino) não tem essa autonomia”, afirmou Motta aos jornalistas, após seu encontro com o presidente da Câmara.

O deputado gaúcho estava no estado, na sua base eleitoral, e passou o dia viajando para Brasília, após o caso ter sido divulgado pela imprensa. Motta demonstrou abalo com a situação e afirmou que seu mandato é atingido por essa acusação contra seu servidor.

Motta afirmou acreditar na inocência do subordinado, e que irá aguardar a investigação, mas disse que irá desligá-lo do gabinete, apesar de Lino ter sido afastado por ordem judicial.

“Vai demiti-lo? É uma palavra dura, mas provavelmente vou desligá-lo do gabinete. Mas respeito o fato de ele estar sendo investigado, como qualquer cidadão”

O deputado disse que nunca se envolveu com esse tipo de situação.

“Nunca tive nenhuma relação que tivesse essa natureza ou esse tipo de envolvimento”, afirmou o deputado, ao lembrar que a rede de hospitais também recebe emendas de outros gabinetes.

Para Motta, a relação de prestação de serviços analisada pela PF é restrita entre o intermediário e o Ana Nery:
“Não tem nada que envolva o nosso gabinete”.

A ação que atingiu o gabinete de Motta foi autorizada pelo ministro ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi colega pedetista na Câmara, ambos deputados.

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