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ATENTADO CONTRA A DEMOCRACIA

Chico Alencar: ‘Tentativa de golpe na Bolívia foi mal planejada, diferente da que houve no Brasil’

Para deputado, esquema pensado para impedir a posse de Lula foi bem articulado, ainda que não tenha tido as características de um plano tradicional de tomada de poder, com tanques na rua

por Sofia Pilagallo em 28/06/24 12:21

Afonso Marangoni recebe Marcelo Madureira, Robinson Farinazzo e Chico Alencar no Segunda Chamada de quinta-feira (27) | Foto: Reprodução/MyNews

A tentativa de golpe de Estado na Bolívia, contida em algumas horas, foi mal planejada, diferente da que houve no Brasil, afirmou ao Segunda Chamada de quinta-feira (27) o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ). Na tarde de quarta-feira (26), tropas e tanques se posicionaram em frente à sede do governo, em La Paz, e chegaram a derrubar a porta do palácio presidencial. A princípio, acreditava-se que a investida poderia prosperar. Mas tão rapidamente quanto foi articulada, se desmantelou.

“Foi uma tentativa completamente improvisada. Eles saíram com um pequeno batalhão, entraram em um carro de combate e tentaram roubar o palácio errado. Depois, o povo foi chegando e os militares, os soldadinhos, foram saindo, assim, em passo de ganso, meio cordel, e aos poucos saíram correndo”, afirma Alencar. “Não teve nenhuma característica de tentativa de golpe bem dada. Um golpe nunca é bom, mas pode ser mais ou menos bem articulado.”

O comandante Robinson Farinazzo, do canal Arte da Guerra, que também participou do Segunda Chamada, concorda. Para ele, a palavra que define a tentativa de golpe na Bolívia é “amadora”. Ele explica que, historicamente, golpes de Estado são constituídos em várias etapas. É comum tomar medidas como se apropriar dos meios de comunicação, ocupar ao menos um hospital, para socorrer eventuais feridos, fechar vias de trânsito, entre outras. Mas, aparentemente, nada disso foi feito.

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Alencar avalia que, no Brasil, a tentativa de golpe foi mais articulada, ainda que não tenha tido as características de um plano tradicional de tomada de poder, com tanques na rua. Ela ocorreu a partir de 2018, com o impedimento da participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição. Ele foi preso em abril daquele ano.

O ápice dessa articulação golpista se deu em 8 de janeiro de 2023, quando autonomeados patriotas invadiram e vandalizaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF), em uma tentativa fracassada de impedir que Lula, recém-empossado, exercesse o mandato. Em maio deste ano, um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que a investigação sobre a tentativa de golpe com o objetivo de manter Jair Bolsonaro (PL) no poder está “em vias de conclusão”, o que surge como esperança aos defensores da democracia.

“Creio que até meados de julho devem surgir indiciamentos de réus, e gente graúda, espero, vá para cadeia, fazer companhia — com todas as distâncias territoriais — a Zuñiga [Juan José Zuñiga, general que liderou a tentativa de golpe na Bolívia] e outros golpistas”, disse Alencar. “Chega, golpe nunca mais, de qualquer tipo, sejam esses golpes modernos, como se articulou no Brasil, ou à moda antiga, como esse da Bolívia.”

Assista abaixo ao Segunda Chamada de quinta-feira (27):

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