Proposta sugere acordo de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para apoiar os países em desenvolvimento na luta contra a crise climática
O país anfitrião da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Azerbaijão, apoia, junto com o Brasil, a proposta de um acordo de US$ 1,3 trilhão por ano até 2035 para apoiar os países em desenvolvimento na luta contra as mudanças do clima.
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Em entrevista à Agência Brasil, o embaixador Elchin Amirbayov, conselheiro do presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, disse que os dois países concordaram em desenvolver um caminho de Baku, sede da COP29 em 2024, para Belém, que será sede da COP30 em 2025, a fim de buscar um financiamento global.
“Nós entendemos que é um objetivo muito ambicioso, mas se todos os investidores se unirem a esses esforços e se eles são guiados pela vontade política, eu acho que nós vamos conseguir alcançar esse objetivo”, afirmou o embaixador do Azerbaijão, durante visita a Brasília.
Ele entende que um aprendizado da COP29 para ser transmitido ao Brasil, na COP30, é o da promoção de transparência e inclusão entre os países diante das dificuldades de consensos. “Nós identificamos a diferença entre as partes e encontramos soluções para alcançar o consenso histórico sobre o financiamento do clima, que não foi uma tarefa fácil”.
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Elchin Amirbayov considera que a maior dificuldade das COPs, no geral, é que os líderes cumpram o que prometem na cúpula e, de fato, voltem para os seus países com essa decisão prática. O diplomata entende que houve um grande sucesso da COP29 e que existe intercâmbio dos aprendizados com o presidente da Conferência no Brasil, André Corrêa do Lago. “Os nossos países têm trabalhado de uma forma muito próxima no que diz respeito às mudanças climáticas”, disse Amirbayov.
Para o conselheiro presidencial, o principal objetivo do país, que fica na região do Cáucaso, entre Europa e Ásia, é garantir que o legado de Baku seja “abraçado” pela presidência brasileira. “O resultado mais importante da COP29 em Baku foi que alcançamos o consenso em relação ao financiamento de US$ 300 bilhões por ano de financiamento da crise climática”.
Além de tratar sobre os preparativos da conferência do clima, o embaixador também explicou que o país tem buscado parcerias estratégicas com o Brasil.
“O Azerbaijão considera o Brasil como uma das peças-chave nas relações com a América Latina. E nós pensamos que há muitas oportunidades para melhorar ou fortalecer a nossa cooperação econômica e de interesse bilateral”.
Ele contextualizou que as relações diplomáticas com o Brasil foram estabelecidas há 32 anos e sempre houve uma relação política “muito boa” entre os países.
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O embaixador considera que há convergência de interesses nos campos da agricultura, da aviação civil, das tecnologias, da educação e também da energia. “Temos grupos trabalhando nessas parcerias em diferentes ministérios”.
O representante do Azerbaijão ainda acrescentou que a sua visita também era importante para informar as autoridades brasileiras sobre os encaminhamentos do acordo de paz assinado com a Armênia após quase quatro décadas de conflitos, que foi selado na terça-feira (18).