Na declaração de líderes na reunião do Brics, no Rio, os ataques militares contra o Irã foram condenados, ainda que Israel e EUA não citados
Na declaração de líderes na reunião do Brics, no Rio de Janeiro, os ataques militares contra o Irã foram condenados, apesar de Israel e Estados Unidos, que bombardearam o país persa, não serem citados.
Condenamos os ataques militares contra a República Islâmica do Irã desde 13 de junho de 2025, que constituem uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas, e expressamos profunda preocupação com a subsequente escalada da situação de segurança no Oriente Médio”, diz o texto final, que fala ainda de proteção a instalações nucleares. Unidades iranianas desse tipo foram atacadas por mísseis de Israel e Estados Unidos recentemente.
“Expressamos ainda séria preocupação com os ataques deliberados contra infraestruturas civis e instalações nucleares pacíficas sob totais salvaguardas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em violação ao direito internacional e a resoluções pertinentes da AIEA. As salvaguardas e a segurança nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em conflitos armados, para proteger as pessoas e o meio ambiente contra danos”, diz o documento.
O documento final cita preocupação profunda com a situação no Território Palestino Ocupado, “diante da retomada de ataques contínuos de Israel contra Gaza e da obstrução à entrada de ajuda humanitária no território”. E critica a fome “como método de guerra”. E fala ainda em defesa a favor da retirada das forças israelenses de Gaza e da libertação dos reféns judeus em poder do Hamas.
“Clamamos pelo respeito ao direito internacional, em particular ao direito internacional humanitário e ao direito internacional
dos direitos humanos, e condenamos todas as violações do DIH, inclusive o uso da fome como método de guerra. Exortamos as partes a se engajarem, de boa-fé, em novas negociações com vistas à obtenção de um cessar-fogo imediato, permanente e
incondicional; à retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza e de todas as demais partes do Território Palestino Ocupado; à libertação de todos os reféns e detidos em violação ao direito internacional; e ao acesso e entrega sustentados e desimpedidos da ajuda humanitária”.