Enredo de Carnaval em 2026, Lula na avenida divide o Planalto Lula e o logotipo do enredo da Acadêmicos de Niterói: mulungu é uma árvore que ele subia quando criança em Garanhuns | Foto: Presidência ANO ELEITORAL

Enredo de Carnaval em 2026, Lula na avenida divide o Planalto

Homenageado pela Acadêmicos de Niterói, do Grupo Especial do Rio, o presidente ouve opiniões para desfilar, sim, mas outros, sugerem que não

Recém-chegada ao Grupo Especial do Carnaval carioca, a “elite” dessa festa, a escola de samba Acadêmicos de Niterói aposta alto, num enredo que já polemiza e que, se por um lado empolga petistas e admiradores do presidente da República, por outro causa receio e dúvidas se a homenagem pode prejudicar uma tentativa de reeleição, com acusações de uma propaganda eleitoral antecipada, além do risco de uso de verba pública para custear o desfile.

O homenageado da escola é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no enredo intitulado “Do alto do Mulungu surge a esperança: Lula, o operário do Brasil”. A Acadêmicos de Niterói vai abrir o desfile do domingo de Carnaval de 2026, no Sambódromo, num dia que terão ainda Mangueira, Portela e Imperatriz. Em pleno ano eleitoral. A escola desfilará com 3.600 integrantes.

Autoridades do governo, familiares do presidente e amigos estão ajudando na construção do enredo, não só dando detalhes da vida de Lula, como participando de ensaio na quadra. Mas a presença de Lula na avenida Marquês de Sapucaí, em cima de um carro alegórico, não apenas é dúvida, como divide o Palácio do Planalto.

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Afinal, são muitas as perguntas: Lula vai? Se for, será vaiado? Será aplaudido? E os riscos de uma exposição desse tamanho? Como enfrentar as inevitáveis críticas e ataques da oposição? A homenagem por si só não basta? Lula não pode ficar num camarote?

O presidente da escola, o historiador Wallace Palhares, esteve nesta última semana em Brasília, circulou por gabinetes e conversou com aliados do presidente. Um dos encontros foi com Clara Ant, muito próxima de Lula, e assessora especial do Gabinete Pessoal do presidente. Ela é autora de uma biografia do petista e tem ajudado na construção do enredo.

Palhares conversou com o MyNews e ele próprio não tem a resposta se Lula irá ou não. Ao mesmo tempo que afirma estar trabalhando pela presença de Lula no Sambódromo, desfilando, o dirigente da escola diz que sabe da necessidade de preservar a integridade do presidente da República, ainda mais num ambiente de tumulto.

“Estamos trabalhando para ele ir, mas sabemos que tem os dois lados. Uma coisa é o Wallace entusiasta, mas que também se preocupa com a integridade do presidente, a preocupação com violência e tumulto na hora. Todo mundo querendo vê-lo, se aproximar. E um espetáculo a céu aberto, com muitos componentes. É estar entre a cruz e a espada”, disse Palhares, que ainda não teve pessoalmente com Lula, quando espera fazer o convite e ouvir sua resposta.

No Planalto, Lula ouve argumentos prós e contras. Entre os prós, o de que o ambiente de Carnaval é mais frequentado por pessoas com perfil de simpatia a ele ou mais neutra, do que o contrário. Os contras, é que é um ambiente incontrolável e tudo pode acontecer. E o risco de uma sonora vaia, que pode ter consequências para suas pretensões de reeleição. Além da acusação de propaganda antecipada e um processo na Justiça Eleitoral.

“Sabemos da preocupação e responsabilidade. Jamais vai ser fazer propaganda antecipada, o intuito não é esse, mas de homenagear um brasileiro com uma história como a dele, que saiu de Garanhuns, se tornou um líder sindical e hoje é presidente da República. Uma história inspiradora que vamos contar no desfile.

O carro alegórico

Se Lula por acaso aceitar desfilar, e no alto de um carro alegórico, o MyNews apurou onde: no carro simulando uma grande árvore, a mulungu do enredo, que em relação com a infância do presidente. Ele subia nessa árvore em Garanhuns e, lá em cima, brincava de ser um rei.

“Ele subia lá e se sentia um rei. Vamos devolver esse reinado a ele”.

A escola ainda não tem o samba-enredo. A ala de compositores quer ninguém menos que Chico Buarque, amigo de Lula e seu apoiador há décadas, como autor da música. Chico teria recusado, para não tirar o brilho dos compositores da escola.

“A ala de compositores fez o convite ao Chico, e não interfiro. Seria uma grande honra. Tem o Seu Jorge também, que foi convidado”.

Na sua passagem por Brasília, Palhares afirmou que se todas autoridades, políticos e petistas que disseram que irão ao desfile, não terá vaga para todos.

“Estou ficando até preocupado, onde colocar tanta gente”

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