Segundo secretário norte-americano Marco Rubio medidas seriam implementadas em resposta à condenação de Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado
O secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Marco Rubio, afirmou que novas sanções contra o Brasil devem ser aplicadas em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira (11). Em entrevista à Fox News, ele estimou que o anúncio deve ocorrer na próxima semana.
“Você tem esses juízes ativistas — um em particular — que não só perseguiu Bolsonaro, aliás, como tentou — ele tentou fazer reivindicações extraterritoriais contra cidadãos americanos ou contra alguém que postou online de dentro dos Estados Unidos, e chegou a ameaçar ir ainda mais longe nesse sentido”, afirmou Rubio. “Portanto, haverá uma resposta dos EUA a isso, e faremos alguns anúncios na próxima semana sobre as medidas adicionais que pretendemos tomar.”
No entanto, neste período, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alguns de seus principais ministros estarão nos EUA para participar da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), onde o petista promete se pronunciar contra o comportamento do governo norte-americano de violação à soberania.
Mas, há uma semana no encontro, o governo brasileiro ainda aguarda a liberação de vistos para parte da delegação que vai a Nova York. A informação foi confirmada pelo Itamaraty, nesta segunda-feira (15), que avalia que não haverá negativas, embora os pedidos ainda estejam sendo processados.
“A gente tem indicação do governo americano que os [vistos] que ainda não foram concedidos estão em vias de processamento. Não tenho como especular sobre qual vai ser o resultado desse processamento. Inclusive, é uma prerrogativa soberana dos Estados Unidos a concessão de vistos ou não. Ainda que no caso dos vistos para ir à ONU exista uma obrigação claramente estabelecida no acordo de sede que obrigada os Estados Unidos a conceder esses vistos”, disse o diretor do Departamento de Organismos Internacionais do Itamaraty, Marcelo Marotta Viegas.
Por ser o país sede da ONU, os EUA têm um acordo com a organização para não restringir os vistos das delegações que participam da Assembleia Geral, regra que era respeitada mesmo nos períodos mais tensos da Guerra Fria. Por isso, segundo Viegas, a negativa seria uma violação legal ao pacto firmado com a Organização.
Para ele, porém, não há motivos para acreditar “que os Estados Unidos não seguirão e não observarão suas obrigações legais com relação à concessão de vistos”.