Decano do STF afirmou que ministro não está isolado e tem ‘toda confiança e apoio’ da Suprema Corte
O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), negou que haja qualquer “desconforto” dos demais ministro com a decisão de Alexandre de Moraes que decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira (4). Segundo ele, Moraes tem “toda confiança e apoio” da Suprema Corte e o país “deve muito” a ele.
“Eu tenho muito orgulho de ter o Alexandre Moraes como colega. Eu já disse isso várias vezes a vocês: o Brasil teria se tornado um pântano institucional se não fosse a ação de Moraes. O Brasil deve muito a atuação dele durante todo esse período. No período da Covid, no período [de Moraes como presidente] do TSE. Depois, com todas essas questões, fake news, um trabalho desafiador”, disse o decano.
A declaração foi dada à imprensa na manhã desta quarta-feira (6), quando o ministro chegou ao evento Esfera Brasil, para palestrar no Fórum Saúde 2025 junto com o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados.
Questionado sobre as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao produtos brasileiros e as sanções aplicadas contra Moraes, Gilmar Mendes afirmou que manobras comerciais para violar a soberania nacional “é claramente repudiado”.
“O que não é normal é a tentativa de valer-se das tarifas para obter mudanças institucionais. Significa dizer: afetar a soberania dos países. Isso é claramente repudiado e é claramente não aceito por nações maduras, como é o caso do Brasil”, respondeu o ministro. “Certamente seria inadmissível que nós, nas nossas pretensões comerciais, exigíssemos mudanças de entendimento da Suprema Corte americana. Isso seria impensável. Da mesma forma, também isso se aplica do Brasil.”
O ministro Alexandre de Moraes, além de ter o visto revogado no dia 18 de julho, também foi sancionado pela Lei Magnitsky na última quarta-feira (30), tendo eventuais bens no território norte-americanos bloqueados.