Papa Leão XIV em primeira aparição pública após ser eleito no conclave de 2025 | Foto: Reprodução/Vatican Media CONCLAVE

Leão XIV: Robert Francis Prevost é o novo papa

Novo Santo Padre tem 69, é norte-americano e foi escolhido como cardeal pelo Papa Francisco, enquanto atuava como bispo no Peru

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost se elegeu, nesta quarta-feira (8), como o 267º Santo Padre e passará ser chamado de Papa Leão XIV. Como cardeal, o novo papa era presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina e prefeito do Dicastério para os Bispos, órgão responsável pela nomeação de bispos.

Nascido em Chicago, nos Estados Unidos (EUA), o pontífice, que tem 69 anos e foi escolhido como cardeal pelo Papa Francisco, é o primeiro norte-americano a liderar a Igreja Católica.

Durante o primeiro discurso, o Santo Padre falou em paz “desarmada e desarmadora”, prestou uma breve homenagem a seu antecessor — o Papa Francisco, que faleceu no último dia 21 de abril — e afirmou que “o mal não prevalecerá”.

“Devemos buscar juntos como ser a igreja missionária, uma igreja que constrói pontes e diálogo, sempre aberta a receber, como esta praça [de São Pedro], de braços abertos a todos, todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, de diálogo e de amor”, afirmou o soberano.

O que mais se sabe sobre o papa?

Apesar da origem estadunidense, Leão XIV passou boa parte de sua vida religiosa na América Latina, em especial no Peru, onde se dedicou à Igreja até ser indicado para os cargos mais altos da Cúria Romana.

O Papa Leão XIV formou-se em teologia pela União Teológica Católica de Chicago e, aos 27 anos, foi estudar direito canônico na Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma. Tornou-se padre em 1982 e, após dois anos, começou sua atuação missionária no Peru. Em 2014, foi nomeado administrados da Diocese de Chiclayo, onde foi ordenado bispo um ano depois.

Em 2023, o pontífice recebeu o título de cardeal, mas também enfrentou a maior crise de sua trajetória. Três mulheres o acusaram de acobertar casos de abuso sexual envolvendo dois padres no Peru quando elas eram crianças. A diocese peruana negou as acusações e afirmou que Prevost agiu de acordo com os trâmites legais da Igreja Católica.

O Vaticano ainda não concluiu as investigações sobre o caso. Um dos padres envolvidos já não exercia mais as funções por motivos de saúde, enquanto o outro foi afastado preventivamente.

Nos EUA, ativistas de Chicago afirmaram que o então cardeal, como chefe da ordem dos agostinianos do Centro-Oeste, aprovou a mudança de um padre — acusado de abusar de meninos por anos — para um mosteiro próximo a uma escola católica, a qual não não teria sido comunicada sobre o novo “vizinho”.

Leão XIV será um sucessor fiel a Francisco?

Após o conclave, o Papa Leão XIV terá a difícil função de suceder Francisco como líder da Igreja Católica e soberano do Estado do Vaticano. Segundo matéria publicada pelo New York Times, embora o norte-americano se assemelhe ao argentino em seus compromissos com os pobres, os migrantes e as pessoas em situação de vulnerabilidade, o novo pontífice é visto como uma figura mais discreta, reservada e conservadora.

Enquanto Francisco adotava uma postura mais receptiva à comunidade LGBTQIAP+, respondendo “quem sou eu para julgar?” quando questionado sobre clérigos gays, Leão XIV já expressou opiniões menos progressista enquanto ainda era cardeal.

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Durante discurso aos bispos em 2012, ele lamentou o incentivo da mídia ocidental e da cultura popular à “simpatia por crenças e práticas que estão em desacordo com o Evangelho”, citando o “estilo de vida homossexual” e as famílias “compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotivos”.

Quando ainda era bispo no Peru, Leão XIV também se opôs ao plano do governo para incluir aulas sobre gênero nas escolas, afirmando que “a promoção da ideologia de gênero é confusa, pois busca criar gêneros que não existem”.

Por outro lado, durante o processo de eleição, apoiadores apresentaram o novo pontífice como uma alternativa equilibrada entre os candidatos ao papado. De acordo com o New York Times, o Reverendo Michele Falcone, membro da Ordem de Santo Agostinho que já foi liderada por Leão XIV, descreveu o mentor e amigo como um “digno meio-termo”.