Ministra do Meio Ambiente recebeu ataques dos bolsonaristas Marcos Rogério e Plínio Valério e até de parlamentar da base do governo, caso de Omar Aziz
A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, foi alvo de duros ataques de senadores, todos homens, durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado, nesta terça. Depois de mais de três horas de sessão, ela abandonou a comissão após ouvir do senador Plínio Valério (PSDB-AM) que a respeitava como mulher, mas não como ministra.
Essa declaração foi a gota d´água para a permanência de Marina, que, antes, teve que ouvir o presidente da comissão, o senador bolsonarista Marcos Rogério (PL-RO), para ela se colocar no seu lugar, após a ministra dizer que não era submissa.
“Essa é a educação da ministra”
“Essa é a educação da ministra. Ela aponta o dedo…Mas eu não vou me vitimizar, não”, disse Rogério. E Marina reagiu:
“Eu tenho educação, sim. O que o senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa. Eu não sou. Eu vou falar”.
O bolsonarista, então, declarou:
“Agora sexismo, ministra. Com todo respeito, ministra. Me respeite ministra. Se ponha no teu lugar”.
Do oposicionista Plínio Valério, a ministra ouviu:
“Ministra Marina, que bom reencontrá-la. E, ao olhar para a senhora, eu estou vendo uma ministra, eu não estou falando com uma mulher. Eu estou falando com a ministra. Porque a mulher merece respeito, a ministra não. Por isso que eu quero separar”, disse Plínio, que já a ofendeu antes, quando declarou que é difícil tolerar tanto tempo sem enforcá-la.
Marina reagiu, disse que o senador falava com as duas – mulher e ministra – e exigiu que se desculpasse, o que ele se recusou.
“Como eu fui convidada como ministra, ou ele me pede desculpas ou eu vou me retirar. Eu fui convidada como ministra. Se, como ministra, ele não me respeita, vou me retirar. O sr. me peça desculpas e eu permaneço”, disse Marina.
Marina chegou a discutir até com senador da base do governo, caso de Omar Aziz (PSD-AM), que lançou frases para ela como “não vou cair na sua conversa de se vitimizar”, “a senhora está atrapalhando” e “para de falar besteira”.