Golbery Neto foi às redes atacar a atuação de Figueiredo contra o Brasil; seus avôs atuaram juntos na ditadura, mas romperam no final
“X9 entreguista. Seu avô foi criado no nosso ninho. Deve estar se revirando no caixão. Você será responsável pelo inferno que o Brasil passará”. Está é uma das várias postagens de Golbery do Couto e Silva Neto contra a atuação de Paulo Figueiredo nos Estados Unidos, atuando contra o governo brasileiro e o Judiciário.
Golbery Neto é neto do general Golbery do Couto e Silva, figura de relevância no regime militar, formulador da chamada doutrina de segurança nacional e idealizador do SNI (Serviço Nacional de Informação). Paulo Figueiredo é neto do último general-ditador, João Batista Figueiredo, e se uniu a Eduardo Bolsonaro para atacar o Brasil.
Em sequentes postagens, Golbery Neto critica o papel de Figueiredo e Eduardo.
“Sem dúvida alguma, você é a pessoa mais obtusa que já vi. Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, o que vocês fizeram agora não é mais somente contra o Alexandre de Moraes, mas contra a soberania nacional. Ninguém recuará aqui. Você arruinou sua vida. Ambos serão presos. Aguardem”, postou Golbery neste final de semana.
O neto de Golbery lembra que a Lei de Segurança Nacinal, sancionada por Figueiredo em 1983 foi extinta justamente por Jair Bolsonaro e, para substituí-la, sancionou a Lei de Crime de Atentado a Soberania, usada hoje contra os que tentaram dar um golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
“Ironia da Histórica ou aviso do Astral? A Lei de Segurança Nacional de 83, sancionada por João Figueiredo, foi revogada em 2021. Em seu lugar, a Lei de Crime de Atentado a Soberania, foi sancionada justamente por Jair Bolsonaro. Credo cruz”, escreveu.
Gobery Neto é formado em Relações Internacionais e tentou, sem sucesso, a política partidária. Em 2014, foi candidato a deputado estadual pelo então Democratas, pelo Rio, mas não se elegeu.
Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro são investigados no Supremo Tribunal Federal (STF), acusados de atuarem contra os interesses do Brasil nos Estados Unidos.
Nos estertores da ditadura, Golbery e Figueiredo teriam rompido, conta o jornalista Elio Gaspari. Golbery, que foi chefe do Gabinete Civil, queria uma abertura política mais rápida, ao contrário de Figueiredo. O atentado a bomba no RioCentro, em 1981, também foi uma das razões da tensão entre os dois generais.