Número de evangélicos sobe, mas Brasil ainda é católico Devotos acendem velas na Igreja de São Gonçalo Garcia e São Jorge durante as celebrações ao Dia de São Jorge, no centro do Rio de Janeiro | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil CREDOS E CRENÇAS

Número de evangélicos sobe, mas Brasil ainda é católico

Dados são do Censo Demográfico de Religiões de 2022 divulgado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6)

O Censo Demográfico de 2022, divulgado pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira (6), mostrou a nova consolidação das mudanças do perfil religioso dos brasileiros. Segundo o levantamento, de 2010 a 2022, o número de evangélicos aumentou em 5,2 pontos percentuais (p.p.), de 21,6% para 26,9%, mas os católicos ainda compõem 56,7% da população do país, apesar da queda de 8,4 p.p. (em 2010, eram 65,1%).

A proporção de pessoas que se declaram sem religião, pertencentes a religiões de matriz africana, umbanda e candomblé, ou de outras religiosidades também cresceu entre os brasileiros. Por outro lado, a pesquisa registrou um pequeno declínio na religião espírita (de 2,2% para 1,8%). A religiosidades ligadas a tradições indígenas representam 0,1% das declarações.

Evangélicos têm perfil mais jovem

De acordo com o Censo, que incluiu apenas pessoas com 10 anos ou mais, 31,6% dos evangélicos, maior proporção do grupo, tem entre 10 a 14 anos. Enquanto o grupo de 80 anos ou mais representa apenas 19% dos religiosos. Na faixa de 15 a 49 anos, o percentual varia entre 27,5% e 28,9%.

Cor e sexo

Segundo dados do IBGE, as mulheres eram maioria na maior parte dos grupos religiosos. As exceções foram as pessoas sem religião, em que os homens correspondiam a 56,2%, e os adeptos de tradições indígenas, onde eles representavam 50,9%.

No catolicismo, as mulheres somaram 51% dos fiéis, mas a maior presença feminina foi registrada entre os espíritas, com 60,6% de mulheres. Na sequência, estavam as praticantes de umbanda e candomblé (56,7%) e, entre os evangélicos, elas representavam 55,4% do total de fiéis.

No recorte por cor ou raça, o catolicismo foi a religião mais comum em todos os grupos. Entre os que se declararam brancos, 60,2% eram católicos apostólicos romanos, 23,5% se identificavam como evangélicos e 8,4% disseram não ter religião.

Já entre os autodeclarados pretos, 49% se identificavam como católicos, 30% como evangélicos e 12,3% como sem religião. Entre os pardos, 55,6% eram católicos, 29,3% evangélicos e 9,3% sem religião.

Os indígenas apresentaram o maior percentual de evangélicos: 32,2%. Nesse grupo, 42,7% se declararam católicos e apenas 7,6% seguiam tradições religiosas indígenas.

Escolaridade

No que diz respeito à escolaridade, o levantamento revelou que, entre as pessoas com 15 anos ou mais, a maior taxa de analfabetismo estava entre os praticantes de tradições indígenas (24,6%), seguida pelos católicos (7,8%) e evangélicos (5,4%).

Nos demais grupos, as taxas foram de: 5,3% entre os sem religião, 3% nas outras religiosidades, 2,4% entre os seguidores de umbanda e candomblé, e 1% entre os espíritas.

Considerando a população com 25 anos ou mais, o grupo com maior proporção de pessoas com ensino superior completo era o dos espíritas, com 48%. Em seguida vieram os praticantes de umbanda e candomblé (25,5%), outras religiosidades (23,6%) e pessoas sem religião (20,5%).

Entre os católicos, 18,4% tinham ensino superior completo, enquanto entre os evangélicos esse percentual era de 14,4%. Já entre os que seguiam tradições indígenas, 12,2% haviam concluído a graduação.

Quanto à proporção de pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, os percentuais foram os seguintes: espíritas (11,3%), umbanda e candomblé (19,9%), outras religiosidades (23,6%), sem religião (30,1%), evangélicos (34,9%), católicos (38%) e tradições indígenas (53,6%).

*com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e da Agência Brasil

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