Pedido de extradição formalizado à Itália fecha cerco a Zambelli Deputada Carla Zambelli no Plenário da Câmara dos Deputados | Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Pedido de extradição formalizado à Itália fecha cerco a Zambelli

Deputada tinha dito que estava apenas aguardando a formalização para se entregar às autoridades italianas

O pedido de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL/SP) foi formalizado pelo Brasil à Itália nesta quinta-feira. A parlamentar é considerada foragida e está na lista de difusão vermelha da Interpol. A decretação da prisão aconteceu após ela anunciar que saiu do Brasil, no que foi interpretado como “teria claro objetivo de se furtar à aplicação da lei penal”.

No momento em que deixou o país, Zambelli já tinha sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão por ter invadido o sistema do Conselho Nacional de Justiça e incluído um mandado de prisão falso contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, mas não havia o trânsito em julgado, o que foi decretado na semana passada.

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Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, o despacho do Itamaraty com o pedido de extradição chegou à Roma nesta madrugada e o embaixador do Brasil, Renato Mosca, foi entregar em mãos a solicitação no Ministério de Relações Exteriores italiano. Zambelli tinha dito ao blog que estava apenas aguardando a formalização do pedido de extradição para se entregar às autoridades italianas.

Agora, a Itália inicia um processo de análise que pode durar de seis meses a um ano e meio. Caso perca em todas as instâncias, a deputada Carla Zambelli disse a Sadi que pretende solicitar para cumprir a pena na Itália. Ela vai argumentar que as prisões brasileiras não são lugares de dignidade e deve ainda alegar questões de saúde para obter prisão domiciliar.

Cassação do mandato

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enviou à Comissão de Constituição e Justiça da Casa a condenação do Supremo contra Zambelli. A sentença prevê 10 anos de prisão, multa, perda do mandato e a inelegibilidade da parlamentar. A perda do mandato, no entanto, deve passar por uma análise dos pares.

Inicialmente, Motta chegou a dizer que a própria Mesa Diretora da Câmara declararia o fim do mandato de Zambelli e a convocação do suplente. Depois, ele foi cobrado pelo PL e informou que levará o tema ao plenário. Em plenário, para que o mandato seja cassado, é preciso maioria absoluta de votos, pelo menos 257 votos favoráveis.

O presidente da Câmara informou a Supremo que bloqueou o salário de Carla Zambelli. O bloqueio foi comunicado na última terça-feira 10 e atende a uma determinação do ministro Alexandre de Moraes de 4 de junho.

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