Bolsonaro foi investigado no inquérito que apurou suposto esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência, mas não foi indiciado
A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) no inquérito que apurava a suposta existência de um esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo as investigações, o desvio das funções da agência ocorreu durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, quando Ramagem era o diretor-geral do órgão. O atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa e outras 30 pessoas também foram indiciados.
Bolsonaro também foi investigado pela PF, que classificou o ex-presidente como “responsável criminalmente” pelas ações monitoramento, mas ficou fora da lista de indiciamento porque já responde por organização criminosa no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022 — esta ação penal também trata da atuação ilegal da Abin.
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De acordo com o inquérito, a chamada “Abin Paralela” agia em sintonia com os interesses políticos e pessoais de Bolsonaro e seus filhos. O grupo teria utilizado os equipamentos e a estrutura da agência para ações ilegais de espionagem contra autoridades e adversários do ex-presidente.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Luiz Fux e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira são alguns dos nomes que aparecem na lista de espionados. No entanto, outros políticos e até mesmo jornalistas também foram rastreados.
O indiciamento é um procedimento que ocorre durante a construção do inquérito policial e serve para apontar a existência de indícios de crime e vincular os possíveis delitos a um indivíduo ou a um grupo específico.
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O relatório da PF, entregue ao STF, indicou Ramagem como principal responsável por organizar o esquema ilegal de espionagem. O filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, foi indiciado por chefiar o “gabinete do ódio”, responsável por utilizar as informações da “Abin paralela” para atacar adversários político de Bolsonaro por meio das redes sociais.
Luiz Fernando Corrêa e outros integrantes da cúpula da agência são suspeitos de tentar obstruir as investigações.
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