Relatório divulgado na quarta-feira (20) apresenta prints das conversas entre a deputado licenciado e o ex-presidente antes da prisão domiciliar
A Polícia Federal (PF) divulgou, na noite de quarta-feira (20), o relatório final da investigação que apurou a atuação deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos (EUA) para instigar a adoção de medidas contra o Brasil e suas autoridades, em especial o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a PF, a análise dos novos dados do aparelho reforçou as provas já reunidas e confirmaram a suspeita de que os investigados atuavam de forma coordenada para pressionar membros do Judiciário e, mais recentemente, do Legislativo, para obter benefício próprio.
No entanto, a investigação acabou revelando também desentendimentos entre Bolsonaro, Eduardo e outros aliados. As mensagens contendo brigas e xingamentos foram recuperadas do celular do ex-presidente, apreendido após a decretação da prisão domiciliar no início de agosto.
O relatório da PF revelou que, no dia 15 de julho, pai e filho protagonizaram um momento de tensão após Bolsonaro conceder uma entrevista ao Poder 360 sobre os desentendimentos políticos entre o deputado licenciado e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Na ocasião, o ex-presidente afirmou que o filho “não é tão maduro assim”.
Segundo a PF, as declarações irritaram Eduardo, que chamou o pai de “ingrato do caralho”, pois “o investigado temia que as declarações impactassem negativamente sua posição e suposta influência no exterior”.
Mensagens recuperadas pela Polícia Federal do celular apreendido do ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: Relatório/Polícia Federal
Tarcísio foi tópico de diversas conversas entre os Bolsonaros, principalmente com a possibilidade do governador se candidatar à Presidência da República em 2026 como sucessor do governo bolsonarista. No entanto, de acordo com Eduardo, havia chances dos EUA desistirem das investidas contra o Brasil caso visualizassem Tarcísio como um aliado à altura de Bolsonaro.
O relatório também trouxe à público conflitos com o pastor Silas Malafaia, que chegou a tecer críticas ao deputado licenciado, se referindo a ele como “babaca inexperiente” e “estúpido de marca maior”.