Zambelli renuncia dois dias após STF cassar seu mandato Carla Zambelli em seu gabinete na Câmara, que herdou de Bolsonaro, como a galeria de fotos dos generais presidentes na ditadura | Foto: Evandro Éboli/MyNews

Zambelli renuncia dois dias após STF cassar seu mandato

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Saída foi negociada entre Motta, familiares e lideranças do PL; tentativa é de salvar direitos políticos da agora ex-parlamentar

A deputada Carla Zambelli renunciou ao seu mandato de deputada federal. O anúncio foi feito pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que já acionou Adilson Barroso (PL-SP), suplente que irá assumir sua vaga. Com a renúncia, abre a discussão agora se seus direitos políticos estão preservados.

A parlamentar tomou essa decisão após uma semana turbulenta na Câmara. Primeiro, na quarta, o plenário salvou o mandato da deputada. Ela recebeu 227 votos por sua cassação, mas eram necessários 257, maioria absoluta. Bolsonaristas comemoraram ao lado do filho, João Zambelli, que completava 18 anos naquela madrugada de quarta para quinta.

Mas, na mesma quinta, o ministro Alexandre Moraes decidiu que a sessão da Câmara não teve valia alguma e que era preciso ser respeitada a decisão da Corte que a condenou a 10 anos de cadeia e decidiu também pela perda de seu mandato. No dia seguinte, na sexta, a Primeira Turma do STF confirmou por unanimidade, 4 a 0, a sua cassação.

A decisão de sua renúncia foi coletiva. Envolveu Motta, os advogados e família de Zambelli e lideranças do PL, que entenderam melhor essa saída para resolver o impasse com o STF. E, entende os bolsonaristas, dá argumento a esse grupo de que ela foi “perseguida” e cassada por um “tribunal de exceção” após uma decisão democrática da Câmara.

“Foi uma decisão estratégica diante de uma decisão vergonhosa do STF, que ignorou o devido processo legal e avançou sobre garantias constitucionais básicas”, disse Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara.

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