Bolsonaro e seus generais no banco de réus, a partir de hoje O STF ouve essa semana os depoimentos dos réus do núcleo mais importante da ação dos atos golpistas, onde Bolsonaro e generais estarão frente a frente com Alexandre de Moraes | Montagem: Arte/MyNews

Bolsonaro e seus generais no banco de réus, a partir de hoje

Todos foram denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por cinco crimes.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal começa a interrogar na próxima segunda-feira, 9, os réus do “núcleo crucial” ou “núcleo 1” da ação penal da tentativa de golpe. Ao todo, serão ouvidas oito pessoas, inclusive o ex-presidente da República Jair Bolsonaro. Veja abaixo cada um dos que estarão no banco dos réus e o papel deles na trama, segundo a Procuradoria-Geral da República.

Todos foram denunciados pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por cinco crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; organização criminosa; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado. Bolsonaro será o sexto a ser interrogado, o que deve ocorrer entre terça e quarta da semana que vem.

Bolsonaro no banco dos réus

Leia mais: “Saiba como será o interrogatório de Bolsonaro no STF”

O primeiro a ser ouvido será Mauro Cid, que fechou uma delação premiada com a Polícia Federal. Essa medida assegura que os outros acusados saibam tudo que foi dito pelo delator, garantindo o amplo direito de defesa. Depois serão ouvidos os outro sete em ordem alfabética.

O que diz a PGR sobre cada um dos que serão interrogados

Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens da Presidência: Tinha “menor autonomia decisória”, por cumprir ordens do ex-presidente. Atuou como porta-voz de Bolsonaro, transmitindo orientações aos demais integrantes do grupo. Trocou mensagens com outros militares investigados para obter material para colocar em dúvida o processo eleitoral. Tinha no celular documento que seria um discurso de Bolsonaro após o golpe. Participou de diálogos em que se tratou do plano “Punhal Verde e Amarelo”, um plano para assassinar autoridades.

Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin): Prestou auxílio direto a Bolsonaro na deflagração do plano criminoso. Comandou um grupo de policiais federais e agentes da Abin que se valeu da estrutura de inteligência do Estado indevidamente — a chamada “Abin Paralela”.

Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha: Aderiu ao plano de golpe, em reunião em dezembro de 2022, o então comandante da Marinha se colocou à disposição de Bolsonaro para seguir as ordens de decreto golpista. Em seguida, ele confirmou seu aval à trama golpista em uma segunda reunião, no mesmo mês.

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal: Atuou para implementar o plano para viabilizar os bloqueios da Polícia Rodoviária Federal em estados do Nordeste, para prejudicar eleitores favoráveis a Lula. Elaborou documentos que seriam usados no golpe. Foi encontrada na casa dele minuta de Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral. Como secretário de Segurança do Distrito Federal, omitiu-se nas providências para evitar o ataque às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.

General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional: Atuou no auxílio direto a Bolsonaro para colocar em prática o plano criminoso. Em uma agenda encontrada na casa do militar, havia um planejamento para fabricar discurso contrário às urnas. Participou do plano para descumprir decisões judiciais, a partir de um parecer que seria elaborado pela Advocacia-Geral da União.

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República: Líder da organização criminosa armada voltada para o golpe de Estado. Bolsonaro atuou na propagação de ataques ao sistema eleitoral, na edição da versão final do decreto golpista e na pressão sobre os militares para aderir à insurreição.

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa: Esteve em reunião em dezembro em que a proposta de decreto do golpe foi apresentada e na semana seguinte, em uma reunião com os comandantes miliares, ele apresentou uma segunda versão do decreto.

Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil: Uma reunião na casa de Braga Netto, em novembro do mesmo ano, discutiu a atuação dos “kids pretos” dentro do plano “Punhal Verde Amarelo”, o plano para matar autoridades. Participou do financiamento da ação para assassinar o presidente Lula, o vice Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, no estímulo aos movimentos populares, em reuniões para operacionalizar o plano golpista e na pressão sobre os militares que não aderiram ao golpe.

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