Bolsonaro participa de ato na Paulista e ‘pede’ 50% do Congresso Ex-presidente Jair Bolsonaro e vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro | Foto: Reprodução/Silas Malafaia Oficial

Bolsonaro participa de ato na Paulista e ‘pede’ 50% do Congresso

Ex-presidente afirmou que, com essa maioria, seu grupo político vai eleger os presidentes da Câmara e do Senado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou neste domingo, 29, de uma manifestação na Avenida Paulista e falou abertamente o que espera para 2026: ter a maioria dos integrantes do Congresso Nacional. “Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, declarou.

Mesmo sem falar explicitamente, um dos maiores objetivos de Bolsonaro é ter maioria no Senado para poder colocar em votação um pedido de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal. “Se vocês me derem isso [maioria do Legislativo], não interessa onde eu esteja, aqui ou no além. Quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente da República”, disse o ex-presidente, que está inelegível.

Leia mais: “Ciro, Aldo e Tasso, uma via em construção para disputa de 2026”

Ele afirmou que, com essa maioria, seu grupo político vai eleger os presidentes da Câmara, do Senado e terá controle da maioria das comissões de peso no Congresso: “Lá no Senado, nas sabatinas nós decidiremos quem prosseguirá nesta missão ou não, nós indicaremos os integrantes das agências, nós escolheremos, e não o presidente, o presidente do Banco Central e todo o seu secretariado, nós seremos os responsáveis pelo destino do Brasil.”

“Então um recado: não quero isso para perseguir quem quer que seja, não quero isso para revanchismo, eu quero isso para o futuro do meu Brasil. Não tenho obsessão pelo poder, eu tenho uma paixão pela minha pátria”, declarou Bolsonaro, que também voltou a pedir anistia aos golpistas de 8 de janeiro.

Antes, Bolsonaro também assumiu que teme ser preso: “Não interessa onde eu esteja, não interessa a covardia que, porventura, façam comigo, porque eu tenho certeza que o objetivo final não é prender, é eliminar. Logicamente não quero ser preso e nem morto, mas não posso fugir da minha responsabilidade, não posso fugir da verdade, não posso fugir da minha palavra para com vocês.”

Manifestação

O ato intitulado “Justiça Já” foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e contou com a presença de vários políticos bolsonaritas, entre eles, os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo), Romeu Zema (Minas Gerais), Jorginho Mello (Santa Catarina) e Cláudio Castro (Rio de Janeiro).

Entre os parlamentares presentes estavam os senadores Marcos Rogério (PL/RO), Flávio Bolsonaro (PL/RJ) e Magno Malta (PL/ES), bem como os deputados Marco Feliciano (PL/SP), Bia Kicis (PL/DF), Gustavo Gayer (PL/GO), Sóstenes Cavalcanti (PL/RJ), Zucco (PL/RS) e General Girão (PL/RN).

Foi a segunda vez que Bolsonaro convocou um ato na Avenida Paulista neste ano. Em 6 de abril, a manifestação tinha como mote o projeto de anistia aos golpistas do 8 de janeiro. Até hoje a proposta não foi pautada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Nos discursos deste domingo, a questão da anistia perdeu força.

Em março, de forma unânime, Bolsonaro e mais sete aliados se tornaram réus na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe em 2022. Segundo a Procuradoria-geral da República, o ex-presidente era o líder de uma organização criminosa. No ato na paulista, o ex-presidente disse que está sendo julgado por “uma fumaça de golpe”.

Compartilhar:

Relacionados