Interrogatório de Bolsonaro e outros oficiais será transmitido pela TV Justiça e canal do STF e promete audiência semelhante ao escândalo que atingiu os petistas
Assim como o julgamento do mensalão em 2012, a fase de interrogatório dos réus do núcleo 1 da trama golpista, dos principais acusados, será transmitida pela TV Justiça e pelo canal oficial do Supremo Tribunal Federal (STF) no YouTube. O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis acusados prestarão depoimento presencialmente, mas sob os olhares de milhares de brasileiros que poderão acompanhar cada fala ao vivo.
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As sessões começarão na próxima segunda-feira (9), às 14h, e poderão continuar até o dia 13, ou até que todos os réus sejam ouvidos. Por ser réu colaborador, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, será o primeiro a depor. Em seguida, os demais réus serão interrogados na seguinte ordem:
– Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
– Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional(GSI);
– Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
– e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato à Vice-Presidência em 2022, que participará por videoconferência, pois está preso no Rio de Janeiro.
Apesar dos depoimentos estarem marcados para ocorrer presencialmente, o ministro do STF Alexandro de Moraes alertou que as medidas cautelares continuarão valendo neste período. Segundo ele, os réus podem se cumprimentar, mas estão proibidos de conversar uns com os outros.
A decisão de se transmitir ao vivo todas as mais de 50 sessões do mensalão, em meados de 2012, há treze anos, mexeu com o interesse da sociedade pelo que passa nos tribunais do país. Claro, não foi qualquer julgamento, mas uma ação que levou para a prisão 25 pessoas, entre as quais os principais líderes do PT, partido que administrava o país na época no primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva.
A transmissão do julgamento da famosa Ação Penal 470, a do mensalão, deu visibilidade aos ministros do tribunal, muito em especial ao relator, Joaquim Barbosa, que chegou a se filiar ao PSB e admitiu disputar a Presidência da República em 2018, o que não ocorreu. O ministro, em 2022, anunciou apoio e voto em Lula, o mesmo mandatário de cuja legenda Barbosa foi o principal responsável pela derrocada.
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