O deputado Afonso Motta (PDT-RS) decidiu não esperar o fim das investigações que envolve seu chefe de gabinete, Lino Furtado, e vai demiti-lo do cargo agora, logo que retornar a Brasília na semana que vem. O subordinado do parlamentar foi alvo de uma operação da Polícia Federal ontem (quinta-feira), investigado de desvio de recursos de emenda parlamentar destinada ao hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul (RS).
Furtado morava com o deputado e deixou o apartamento funcional, que pertence à Câmara dos Deputados, na manhã desta sexta-feira. O imóvel foi alvo de busca e apreensão dos agentes da Polícia Federal.
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Em entrevista ontem, Motta titubeou nas declarações sobre demitir ou não seu assessor. Ele oscilou entre declarações de que talvez iria demiti-lo e aguardar o final das investigações.
A investigação da PF aponta que foram identificadas notas fiscais revelando pagamento de comissões a uma empresa de intermediação, que captava emendas o hospital. Teriam sido identificados três pagamentos pelo hospital a essa empresa, no total de R$ 509,4 mil. Parte desse recurso era entregue ao assessor de Motta.
O deputado afirmou que o chefe do gabinete não tinha autonomia para liderar o processo de envio e pagamentos das emendas.
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“Eu tenho o acompanhamento da quase totalidade das emendas parlamentares que saem do meu gabinete. Ele não tem essa autonomia”, disse Motta aos jornalistas, na quinta-feira, após se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O deputado gaúcho negou qualquer envolvimento pessoal no caso e lembrou que essa rede de hospitais recebe emendas de outros gabinetes.
“Nunca tive nenhuma relação que tivesse essa natureza ou esse tipo de envolvimento. Não tem nada que envolva o nosso gabinete”, chegou a dizer Afonso Motta.