Presidente também pontuou que a ‘interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável’
O presidente Lula (PT) prestou solidariedade e apoio neste sábado, 19, aos ministros do Supremo Tribunal Federal que tiveram o visto de acesso aos Estados Unidos (EUA) revogados. O petista chamou a ação de “mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento” do governo de Donald Trump.
Na sexta-feira 18, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou a revogação do visto de entrada no país de Moraes, de “aliados” dele na Corte e de familiares próximos. O anúncio ocorreu no mesmo dia em que o magistrado determinou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) use tornozeleira eletrônica.
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“A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações. Estou certo de que nenhum tipo de intimidação ou ameaça, de quem quer que seja, vai comprometer a mais importante missão dos poderes e instituições nacionais, que é atuar permanentemente na defesa e preservação do Estado Democrático de Direito”, escreveu Lula.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também protestou e disse que a medida é uma afronta ao Poder Judiciário brasileiro e à soberania nacional. “Essa retaliação agressiva e mesquinha a uma decisão do Tribunal expõe o nível degradante da conspiração de Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro contra o nosso país”, postou nas redes sociais.
“Não se envergonham do vexame internacional que provocaram no desespero de escapar da Justiça e da punição pelos crimes que cometeram. Ao contrário do que planejaram, a Suprema Corte do Brasil se engrandece nesse momento, cumprindo o devido processo legal, defendendo a Constituição e o Direito, sem jamais terem se dobrado a sanções e ameaças de quem quer que seja. O Brasil está com a Justiça, não com os traidores.”
Já o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agradeceu a Trump e a Rubio pelo anúncio. “Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também – ou quem sabe até perderão seus vistos”, disse o deputado, que atualmente mora nos EUA.