Jornalismo Independente
Hugo Motta / Foto: Câmara dos Deputados
Rejeitado nas redes
estudo detalhado da Ativaweb Inteligência Digital, divulgado aponta que o período entre 26 de julho e 19 de setembro de 2025 foi marcado por uma “onda massiva de críticas” contra Motta.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, enfrenta a maior crise digital de sua trajetória política, acumulando quase 33 milhões de menções e uma impressionante taxa de 76,9% de críticas negativas em apenas 56 dias consecutivos. A rejeição, impulsionada por pautas como a “Anistia” e a “PEC da Blindagem”, transformou o parlamentar em um símbolo do Centrão, capaz de unificar as críticas de diferentes espectros ideológicos. É o Calvário Digital de Hugo Motta.
Um estudo detalhado da Ativaweb Inteligência Digital, divulgado aponta que o período entre 26 de julho e 19 de setembro de 2025 foi marcado por uma “onda massiva de críticas” contra Motta. O volume total de 32.989.554 menções nas redes sociais e plataformas digitais é um dos mais longos já registrados pela Ativaweb para uma liderança política.
A crise teve início em 26 de julho, com a discussão sobre a “Taxação BBB” (bilionários, bancos e bets), gerando expressões como “Congresso inimigo do povo”. Contudo, foi a pauta da Anistia, em agosto, que se consolidou como o “prato principal da rejeição digital” contra o deputado.
Em setembro, o nome de Motta foi constantemente citado nas manifestações digitais, associado ao Centrão e às pautas de blindagem política, especialmente durante a semana do julgamento de Bolsonaro. A proposição da “PEC da Blindagem” em meados de setembro solidificou a percepção negativa, unificando ataques de diferentes correntes políticas. O encerramento do período de análise, em 19 de setembro, com a retomada da Anistia, manteve Hugo Motta no centro da rejeição, reforçando a narrativa de privilégios e distanciamento popular.
Das quase 33 milhões de menções, a distribuição de sentimento é alarmante: 76,9% são críticas, 9,6% são neutras (notícias e repercussões) e apenas 13,5% manifestam apoio. A predominância das críticas indica que o desgaste transcendeu bolhas específicas, atingindo diferentes públicos e alinhamentos ideológicos.
A análise geográfica mostra que a rejeição deixou de ser localizada e assumiu caráter nacional. Capitais como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro lideram o ranking de menções, com forte participação de formadores de opinião e perfis de militância. No Nordeste, Recife, Salvador e Fortaleza também registraram intensa repercussão, enquanto no Sul, Porto Alegre e Curitiba apresentaram volumes significativos de críticas, inclusive contra o Centrão. Até mesmo João Pessoa, sua base de origem na Paraíba, registrou críticas pontuais.
O estudo da Ativaweb revela que o eleitorado mais ativo na crise digital tem entre 25 e 44 anos, faixa etária com forte presença digital e capacidade de mobilização (37,6% de 25-34 anos e 31,9% de 35-44 anos). Embora 52,3% dos seguidores sejam mulheres, as interações de crítica foram majoritariamente masculinas (66,6%).
A Ativaweb conclui que o ciclo entre 26 de julho e 19 de setembro de 2025 representa a maior crise digital já enfrentada por Hugo Motta. “Ele deixou de ser visto apenas como um deputado paraibano e passou a ser enquadrado como símbolo do Centrão e das pautas de privilégios políticos, tendo a Anistia como prato principal da rejeição.”, diz Alek Maracajá, sócio da Ativaweb
Em um cenário de polarização intensa, o relatório destaca uma rara convergência: “Hugo Motta virou o nome que uniu a crítica digital da direita e da esquerda, um raro consenso no caos das redes”, diz Maracajá, apontando para a profundidade do desgaste político do parlamentar.
