Em evento, ministro criticou a postura do governo do país norte-americano
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou nesta sexta-feira, 19, que desistiu de ir aos Estados Unidos após o governo Trump impor uma série de restrições à viagem. Ele embarcaria para cumprir uma série de compromissos relacionados à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Segundo a Pasta, em comunicado recebido da missão dos Estados Unidos para as Nações Unidas, foi informado da proibição imposta ao ministro de participar presencialmente da reunião do Conselho Diretor da OPAS, na capital Washington. Para a viagem, os termos do visto concedido permitem exclusivamente a ida a Nova York.
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“A decisão viola o Acordo de Sede com a ONU e o direito do Brasil de apresentar as suas propostas no mais importante fórum global de saúde para as Américas. O país é uma referência em saúde pública mundial e um dos principais articuladores de ações voltadas à defesa da vacina, da ciência e da vida”, disse o ministério.
Mais cedo, em um evento em Campinas, Padilha lamentou a situação: “Chegou dizendo que eu tenho que chegar em Nova York e só ir do hotel, para a missão e para o prédio da assembleia da ONU. Primeiro que eu não sou procurado pela Interpol, não sou condenado a nada no país para ter tornozeleira eletrônica nem do Brasil, nem dos Estados Unidos.”
O Ministério da Saúde informou, que “em razão dessas limitações infundadas e arbitrárias ao exercício diplomático brasileiro”, o ministro decidiu não participar das atividades para as quais foi convidado e permanecer no Brasil, dedicado à votação da Medida Provisória do Programa Agora Tem Especialistas no Congresso Nacional, uma prioridade de sua gestão.
“Todas as articulações estão mantidas com a delegação do Ministério da Saúde em Nova York e Washington, e reforçadas por reuniões do próprio ministro em eventos como a COP 30, diálogos bilaterais e missões com representantes do Mercosul e do BRICS, blocos com presidência do Brasil. A ciência continuará a avançar e o Brasil não deixará de atuar pela sua soberania”, finaliza a Pasta.
No mês passado, o governo dos Estados Unidos anunciou que revogou o visto de entrada no país de funcionários brasileiros que atuaram no programa Mais Médicos. Também foram afetadas a esposa e a filha de 10 anos de Padilha. À época, o ministro estava com o visto vencido desde 2024 e, portanto, não passível de cancelamento.