Paulo Sérgio, no STF: ‘Queria me desculpar publicamente’ Ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira | Foto: Fellipe Sampaio/STF

Paulo Sérgio, no STF: ‘Queria me desculpar publicamente’

General depôs ao Supremo Tribunal Federal na ação penal da tentativa de golpe

Ao depor ao Supremo Tribunal Federal na ação penal da tentativa de golpe, o ex-ministro da Defesa general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira pediu desculpas publicamente pelas colocações que fez em reunião ministerial de julho de 2022 – em que, entre outras coisas – classificou o Tribunal Superior Eleitoral como “inimigo”.

“Inicialmente, presidente, eu queria me desculpar publicamente por ter feito essas colocações naquele dia”, disse o ex-ministro, que continuou: “Dar a entender de chamar o TSE de inimigo, isso jamais em tempo algum.” Ele foi ouvido pela Primeira Turma do Supremo, em sessão com a presença dos outros réus do chamado pela Procuradoria-Geral da República de “núcleo crucial” da tentativa de golpe.

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Na reunião ministerial, o então ministro da Defesa comentou sobre a participação das Forças Armadas na Comissão de Transparência do TSE: “O que eu sinto nesse momento é apenas na linha de contato com o inimigo. […] Eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de contato.”

Paulo Sérgio confirmou que o hacker Walter Delgatti Neto foi recebido na sala de espera do Ministério da Defesa, mas disse que nem estava em Brasília no dia: “Ele nem saiu da sala de visita”. Segundo o general, funcionários do ministério perceberam que ele não deveria ser recebido na Pasta: “Não passou 15 minutos no MD.”

Ele foi questionado sobre a demora do Ministério da Defesa em apresentar as conclusões sobre o processo eleitoral. Ao contrário do que o delator Mauro Cid afirma, disse que Bolsonaro jamais o pressionou “para alterar o relatório”. “Se eu tivesse que alterar um relatório desse, quantas pessoas eu teria que ludibriar”, pontuou.

O general confirmou que participou de reunião do Palácio da Alvorada, com o então presidente Jair Bolsonaro e com os comandantes militares, em que foram apresentados “considerandos” sobre medidas excepcionais que poderiam ser adotadas, como Estado de Defesa e Estado de Sítio.

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