Simone Tebet: CPI não deve resultar em impeachment, mas em enfraquecimento político de Bolsonaro

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) não acredita que a CPI da Pandemia vai acabar em pizza e nem que o colegiado resultará no afastamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Para ela, a CPI deve, na verdade, colaborar para enfraquecer Bolsonaro nas urnas e no poder Legislativo.

“Vejo menos possibilidade de um processo de impeachment, até porque 2022 está aí, e mais perda do capital político do presidente dentro do Congresso Nacional. Não podemos esquecer que o presidente tem hoje um apoio ideológico dentro do Congresso Nacional, que é mínimo, mas um apoio do centrão, o apoio do centrão é um apoio de conveniência”, diz.

De acordo com pesquisa do Datafolha divulgada no dia 15 de maio, 49% dos brasileiros apoiam o impeachment de Bolsonaro e 46% se dizem contrários. É a primeira vez que o levantamento detecta que a parcela que apoia o afastamento do presidente é maior do que a que prefere a sua continuidade no cargo.

A senadora do MDB diz que o Governo Federal é negacionista e fez uma “aposta desumana” na imunidade de rebanho, além de negligenciar a compra de vacinas e de medicamentos. Para ela, Bolsonaro deve ter o mesmo destino que Donald Trump, que saiu da cadeira de presidente após perder as eleições nos Estados Unidos para Joe Biden.

Mudanças no licenciamento ambiental

Tebet entende que o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados e que estabelece uma série de dispensas de licenciamento ambiental não deve passar no Senado. Avaliado como uma “implosão” do licenciamento ambiental no país pela ex-presidente do Ibama Suely Araújo, o projeto é alvo de críticas de ambientalistas.

“Não é hora, não é forma, não é o momento, não pode vir com esse governo”, afirma Tebet ao Segunda Chamada.

Todavia, a senadora ainda diz que não sabe dizer se está sendo “muito otimista” porque ainda não tratou do projeto de lei na reunião do colégio de líderes do Senado Federal.