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Nesta 39ª edição do prêmio, a produção brasileira concorria com outros quatro filmes: “El jockey”, da Argentina; “Agarrame fuerte”, do Uruguai; “No lugar da outra”, do Chile; e “Memorias de un cuerpo que arde”, da Costa Rica.
Em carta lida no momento do recebimento do troféu Goya, o diretor Walter Salles agradeceu a distância o prêmio à academia de cinema espanhol e ressaltou que esta é a primeira vez que um filme brasileiro foi indicado a uma categoria do Goya.
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“‘Ainda Estou Aqui’ é um filme sobre a memória de uma família, durante a longa noite da ditadura militar no Brasil, que está entrelaçada com a memória do meu país. Gostaria de dedicar esse prêmio ao cinema brasileiro, a Eunice Paiva e toda a sua família, a Fernanda Montenegro e a Fernanda Torres”, disse em carta o diretor Walter Salles.
Em janeiro, a atriz Fernanda Torres já havia sido premiada com o Globo de Ouro, em Los Angeles, de melhor atriz na categoria Drama pela atuação em “Ainda Estou aqui”. Esta foi a primeira vez que a premiação foi entregue a uma brasileira.
O filme “Ainda Estou Aqui” também foi indicado a três categorias do Oscar 2025: a de Melhor Filme; Melhor Filme Estrangeiro; e a atriz Fernanda Torres foi indicada à categoria de Melhor Atriz. A cerimônia do Oscar 2025 está agendada para 2 de março, também em Los Angeles.
O drama brasileiro “Ainda Estou Aqui” é baseado no livro homônimo e autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, que conta a história de sua mãe, a advogada e ativista pelos direitos humanos Eunice Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. O papel de Eunice Paiva, falecida em 2018, foi interpretado por Fernanda Torres.
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O enredo aborda a luta pela democracia, a resistência à opressão, a força da mulher, a busca por desaparecidos políticos e a importância da memória, a partir do desaparecimento, em 1971, do ex-deputado federal Rubens Paiva (com atuação de Selton Mello), marido de Eunice Paiva. O político brasileiro, que teve seus direitos políticos cassados em 1964, com o golpe militar, foi torturado e assassinado, no Rio de Janeiro. Seu corpo nunca foi encontrado.
Em 1996, foi emitido o atestado de óbito de Rubens Paiva. Em 2025, a certidão de óbito foi corrigida para constar que sua morte foi causada por agentes do Estado durante a ditadura militar.
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]]>“Em nenhum momento você me verá falando mal de Fernanda Torres ou do filmes de Fernanda Torres [Ainda Estou Aqui]. Mas, por outro lado, existem pessoas que trabalham no ambiente de Fernanda que falam mal de mim e de ‘Emília Pérez’. Equipes de redes sociais que trabalham ao redor dessas pessoas estão tentando diminuir o trabalho dos outros”, afirmou ela, na quarta-feira (29), à Folha de S. Paulo.
Nas publicações divulgadas pelos usuários das redes sociais, a atriz se posiciona de forma controversa sobre o islamismo, a diversidade no Oscar e, até mesmo, sobre a morte de George Floy – homem negro que foi assassinado por policiais nos Estados Unidos.
“Cada vez mais, o Oscar se parece com uma cerimônia de premiação de filmes independentes e de protesto. Eu não sabia se estava assistindo um festival ‘afro-coreano’, uma manifestação do Black Lives Matter [movimento Vidas Negras Importam] ou do 8M [mobilização por direitos das mulheres que acontece no dia 8 de março, Dia Internacional das Mulheres]. Sem falar nas roupas de gala feias, feias”, publicou Gascón sobre a cerimônia do Oscar de 2021.
Sobre a imigração de mulçumanos na Espanha, ela disse: “Desculpa, é impressão minha ou cada vez mais há mais mulçumanos na Espanha? A cada vez que vou buscar minha filha na escola, há mais mulheres com os cabelos cobertos e saias compridas até os calcanhares. Talvez, no ano que vem, ao invés de inglês, tenhamos que ensinar árabe… e um cordeiro.”
“Quantas outras vezes a história terá que expulsar esses ‘mouros’ da Espanha?… Nós ainda não percebemos o que essa ameaça a civilização significa, que constantemente ataca a liberdade e a coerência dos indivíduos. Isto não é sobre racismo, é sobre o islamismo”, afirmou Gascón em outra publicação.
A atriz também se referiu a George Floyd, morto em 2020 após um policial se ajoelhar sobre seu pescoço e peito ao imobilizá-lo, como “um viciado traficante”. O comentário foi publicado nas redes apenas alguns dias após o assassinato.
Segundo a Variety, vários outros posts problemáticos foram apagados da conta da atriz na quinta-feira (30).
Frente aos ataques recentes, Gascón pediu desculpas pelos comentários. “Como alguém de uma comunidade marginalizada, eu conheço bem esse sofrimento e eu lamento muito àqueles em que causei dor”, disse ela, que é a primeira atriz abertamente trans a ser indicada a um Oscar.
Os filmes “Emília Pérez” e “Ainda Estou Aqui” concorrem juntos aos prêmios de Melhor Filme e Melhor Filmes Estrangeiro. Fernanda Torres e Karla Sofía Gascón também foram indicadas à categoria de melhor atriz.
A cerimônia de premiação acontece no dia 2 de março, às 21 horas no horário de Brasília, no Dolby Theatre, em Los Angeles.
*Sob supervisão de Leonardo Cardoso
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]]>Aliás, graças ao excelente trabalho do acervo, tivemos acesso a documentos que mencionam Rubens Paiva, retratado no filme pelo ator Selton Mello. Os arquivos mostram a cassação de seus direitos políticos, registros de viagens durante exílio e uma citação no Jornal do Brasil sete anos após seu desaparecimento, quando a família ainda mantinha esperança de encontrá-lo.
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No entanto, pedimos ao leitor que, seja no telefone ou no computador, utilize o zoom para melhorar a legibilidade. Todas as fotos têm crédito do Arquivo Público do Rio de Janeiro.
Discurso memorável de Rubens Paiva em 1º de abril de 1964, menos de 24 horas após o Golpe Militar
Rubens Paiva foi citado como o último da lista em 10 de abril de 1964, quando perdeu seus direitos políticos.
Um documento de junho de 1964 menciona a viagem de Rubens Paiva já exilado.
Uma carta de 17 de junho de 1964 menciona a chegada de Rubens Paiva ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
No número 88, Rubens Paiva é citado junto a outros políticos que perderam seus direitos.
Outra citação sobre a viagem de Rubens Paiva também é encontrada em documentos do período, destacando seu exílio forçado.
No filme, amigos de Rubens Paiva tentam convencê-lo, portanto, a viajar e retornar ao exílio, mas isso não acontece. Desse modo, o político desaparece em janeiro de 1971, no auge do temido AI-5. Abaixo, destacamos mais três arquivos sobre o ex-deputado, incluindo uma publicação do Jornal do Brasil de 1978, sete anos após seu desaparecimento.
No Diário Oficial de 24 de fevereiro de 1971, o advogado da família Paiva solicita uma cela especial para o deputado, quando ainda havia esperança de que Rubens estivesse vivo.
Um documento com pedido de habeas corpus foi registrado em nome de Rubens Paiva, em uma tentativa de garantir seus direitos durante o período de repressão.
A fuga de João Goulart, o Jango, presidente do Brasil durante o Golpe Militar de 31 de março a 1º de abril de 1964, é citada em documento, refletindo o contexto político da época.
O documento, aliás, também faz citação da perda dos direitos políticos de Juscelino Kubitschek, que faleceria, portanto, ainda durante o período da Ditadura Militar, em circunstâncias que até hoje não foram completamente esclarecidas. O ex-presidente aparece no número 36.
Livros em destaque no Arquivo Público
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A procuradora Eugênia Gonzaga, que preside a Comissão de Mortos e Desaparecidos, em entrevista ao Canal MyNews, contou que já foi procurado por pelo menos duas pessoas que querem fazer revelações daquele período. A dirigente do colegiado disse que este é um tipo de fenômeno comum na Justiça de transição e que, por isso, esse tipo de crime não pode jamais prescrever. E mesmo familiares de vítimas, que tinham receio de revelar detalhes, estão com esse estímulo. Veja esse trecho da entrevista:
“Era muito tensa essa relação interna vítimas e suas famílias e vítimas e seus algozes. As pessoas trabalham com esse sentimento, de que estavam cumprindo uma ordem. E temos que pensar com essa cabeça. É preciso que se passe anos para essas pessoas irem assimilando o fato de que devem contribuir e contar a verdade, para fins humanitários, para a localização dos corpos (ela cita as revelações feitas por Cláudio Guerra e Paulo Malhães). Esses dois, que resolveram falar em algum momento, não carregar mais esse tipo de coisa. E agora, com esse distanciamento desse fato, com a repercussão do filme, os próprios familiares dizem: ‘olha, tenho documento sobre isso’. E quem decide divulgar mais para a frente, que as famílias entreguem, porque, por mais que certa parte do Exército diga que o que tinha para abrir já abriu, em 2011 e 2012, houve uma transferência para o Arquivo Nacional. Muita coisa foi liberada, mas muita coisa foi destruída. Mas sabemos que não é da cultura das Forças Armadas essa destruição. E a gente sabe que documentos foram encontrados em poder e mãos de ex-militares, nas mãos do Manhães, por exemplo. que ajudaram a desvendar a morte de Rubens Paiva e ajudou no caso do Riocentro. Então, hoje, com toda essa repercussão, está voltando a acontecer esse tipo de manifestação, de pessoas que querem trazer seus documentos, que querem falar, que querem contar as coisas. A gente não sabe ainda até que ponto será uma contribuição positiva, mas temos que ouvir”.
A presidente da comissão contou ao MyNews que foi procurada por duas pessoas. Perguntada se era eram só familiares ou se tinha também “gente do outro lado”, Eugênia Gonzaga respondeu uma se tratar de um familiar e outra de “pessoa que estava naquele período, sim”.
Sobre o efeito de Ainda Estou Aqui no seu trabalho na comissão, Gonzaga diz que “Ainda estou aqui” poupou sua missão à frente do colegiado.
“Dois meses depois (da reinstalação da Comissão de Mortos e Desaparecidos, em julho de 2024) o filme estourou. E nos poupou um trabalho imenso, que é explicar para as famílias, uma sensibilização que só a arte é capaz de fazer. O filme entrou na casa das pessoas, que não era a história de um suposto terrorista. Pessoas que nem eram solidárias com essa causa da ditadura do Estado passaram a se identificar com essa luta…Outro ponto que o filme ajudou foi no campo jurídico. Duas ações que estavam paradas no STF há anos foram movimentadas. E não é coincidência. É a repercussão do filme. Tanto que o ministro Flávio Dino citou o como justificativa (na sua decisão de que a Lei de Anistia não é óbice para investigar crimes continuados, como desaparecimento). Quem sabe vamos mudar esse posicionamento no STF, chega de Lei de Anistia na aplicação a graves violações de direitos humanos”.
Eugênio Gonzaga ocupa pela segunda vez a presidência da comissão. Sua primeira passagem pelo comando do colegiado foi no período entre 2014 a 2019. Ela foi exonerada pelo então presidente Jair Bolsonaro, que teve como um dos últimos atos de sua gestão a extinção da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos.
A entrega da certidão de óbito dos desaparecidos aos familiares foi uma tônica no seu trabalho. Sempre deu ênfase que esses documentos fossem retificados com a inclusão da real causa das mortes desses militantes que lutaram contra a ditadura, e que deixasse claro que foram assassinados pelo Estado. A presidente, e sua equipe, preparam um grande ato para a entrega dessas certidões retificadas a 414 vítimas do regime de exceção, incluída a família do ex-deputado Rubens Paiva. Nessas cerimônias haverá o pedido de desculpa oficial a esses familiares.
Eugênia Gonzaga falou também sobre o paradoxo de o filme que trata de um tema da ditadura militar, que completou 60 anos em 2024, faça esse sucesso em meio a uma escalada da extrema-direita no Brasil e no mundo.
“Pois é, o poder da sutileza do filme. Muitas pessoas saíram do cinema dizendo ‘nossa, mas esse filme dourou a pílula, não mostrou cena de tortura, tinha que ter exibido o que Rubens Paiva passou. Há uma tendência dos novos diretores e diretoras de não mostrar uma cena de tortura. A tortura é algo tão abjeta, tão indigna que não merece nem ser representada, não ser espetacularizada. Nenhum ator merece encenar esse tipo de situação. Esse foi o grande poder do filme, deixou aquele drama subentendido e focou na família. As pessoas se identificaram com aquela mãe.
Veja a íntegra da entrevista:
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]]>Desse modo, o MyNews conversou com Pri Helena, que interpreta Zezé. A atriz falou sobre a preparação para o papel e suas inspirações.
R: “Desde o início, senti uma grande responsabilidade em dar vida a essa personagem, que representa tantas mulheres brasileiras. Além de materiais de pesquisa e relatos que me ajudaram a entender melhor a relação dela com os Paiva, me inspirei muito na minha avó. Ela cresceu na roça, em uma família muito humilde, e ainda jovem trabalhou em casas de outras famílias. Minha avó foi uma referência importante nesse processo. Ela carrega uma força e uma resiliência que acredito serem características da Zezé também. A partir da história dela, preenchi o que faltava de registros reais da Maria José”, revela Pri.
Em janeiro, Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, esposa de Rubens Paiva, deputado morto durante a Ditadura Militar, venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz. Agora concorre ao Oscar. Pri Helena compartilhou a emoção de fazer parte de algo tão especial.
Pri Helena nos bastidores de Ainda Estou Aqui – Foto: divulgação assessoria de imprensa
R: “É uma mistura de gratidão, orgulho e emoção. Saber que emprestei meu corpo para dar vida à Zezé e contribui para essa história é uma sensação indescritível. Mas, para mim, isso vai muito além de uma conquista profissional. Tudo o que tem acontecido é um marco não só para o filme, mas para o cinema brasileiro. Nosso cinema sempre teve um olhar sensível e autêntico sobre a realidade, e ver essa história ganhando o mundo reafirma a força da nossa arte. Isso abre portas para mais produções nacionais serem vistas e valorizadas lá fora, impulsionando nossas narrativas para além das bolhas culturais.”, analisa sobre fazer parte do filme.
Contudo, além de atuar, Pri Helena é formada em Comunicação Social. Ela comentou se Ainda Estou Aqui pode inspirar novas produções sobre histórias brasileiras:
R: “Tenho acompanhado tudo com o coração a mil! Ao contrário da Nanda, tô totalmente em clima de Copa do Mundo! (risos). E como não estaria? Tudo o que está acontecendo com Ainda Estou Aqui prova o quanto é importante contar as histórias do nosso povo e valorizar nossa cultura. Quando um filme brasileiro vai tão longe, ele não só leva mais gente ao cinema, como também desperta o interesse por outras produções nacionais. Isso fortalece a nossa indústria, cria novas oportunidades e, o melhor de tudo, faz com que as pessoas criem o hábito de prestigiar o cinema brasileiro.”, analisa sobre como está a expectativa para o Oscar.
Pri Helena, aliás, também vive a vilã Cacá na novela Volta Por Cima. A atriz destacou seu atual momento na carreira e a diferença entre os papéis interpretados:
R: “Estar entre esses dois universos — o cinema e a televisão — é um privilégio enorme para qualquer atriz. A Cacá, em Volta Por Cima, é uma personagem intensa, cheia de camadas, com um tipo de vilania que me fascina. Já a Zezé vive em outro universo, com uma história completamente diferente. São experiências distintas, mas que se complementam na minha trajetória como atriz. Fazer novela tem um ritmo mais acelerado que o cinema; a personagem vai se construindo aos poucos, e eu sinto a reação do público na hora. Adoro ver as pessoas comentando na internet, xingando a Cacá, mas torcendo por ela ao mesmo tempo! (risos) Me sinto realizada e muito grata por tudo que está acontecendo na minha carreira. Tô aproveitando cada segundo e super animada para o que vem por aí.”, concluiu Pri Helena.
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Curiosamente, Fernanda Torres também integrou o elenco desse filme. No entanto, na ocasião, o longa perdeu para o holandês “Karakter”, de Mike van Diem. Em entrevista exclusiva ao MyNews, Fernando Gabeira, hoje comentarista político, falou sobre o impacto de seu livro.
“Escrevi o livro nas últimas semanas do meu exílio. Queria relatar a luta armada e a resistência à ditadura. A indicação ao Oscar foi muito importante na época, mas eu estava fora do Brasil e acompanhei o processo bastantemente indireto”, explicou Gabeira.
Livro de Fernando Gabeira que inspirou o filme com mesmo nome e concorre ao Oscar / Foto: divulgação
Contudo, por outro lado, ele também aproveitou a oportunidade para elogiar Fernanda Torres e a direção de “Ainda Estou Aqui”, comandada por Walter Salles.
“‘Ainda Estou Aqui’ já é, de longe, uma das maiores vitórias da cultura brasileira. Venceu o Globo de Ouro, disputa três categorias do Oscar e, pela primeira vez na história, um filme nacional concorre como Melhor Filme. Sem contar a simpatia de Fernanda e Walter, ambos poliglotas, que levam uma imagem encantadora do Brasil”, concluiu Gabeira.
Por fim, vale lembrar que a cerimônia do Oscar está marcada para o dia 2 de março. Nesse sentido, a expectativa é que o Brasil, com “Ainda Estou Aqui”, consiga vencer ao menos em uma das categorias.
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]]>“Nosso filme está indicado não só para melhor filme de língua estrangeira, mas para melhor filme do ano. Isso é uma coisa inimaginável”, disse Fernanda, em vídeo postado em seu perfil no Instagram.
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A atriz agradeceu aos colegas que trabalharam com ela na produção brasileira, incluindo o ator Selton Mello. “Foi um filme que a gente fez na felicidade.”
“Acima de tudo, quero agradecer e homenagear essa mulher extraordinária chamada Eunice Paiva, que está por trás disso tudo, que é a geradora disso tudo”, disse, ao se referir à personagem que interpreta em “Ainda Estou Aqui”.
Na postagem, a atriz também agradeceu ao filho de Eunice, Marcelo Rubens Paiva, autor do livro homônimo que inspirou o longa. “Um livro extraordinário, que nos possibilitou fazer esse filme.”
“Eu jamais vou esquecer. É uma coisa histórica, uma coisa muito emocionante pra mim, por minha mãe ter estado nesse lugar 25 anos atrás, pelas mãos do Walter. E também pelo que isso significa para o cinema brasileiro, para a cultura brasileira. Um filme falado em português.”
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“Estou muito emocionada, muito surpresa. Eu amo o Brasil. Estou muito orgulhosa de uma história brasileira fazer sentido no mundo e nos trazer essa alegria – não só para mim, para o Walter e para todo mundo envolvido nesse filme, como para o país inteiro”, concluiu.
Fernanda Torres disputa o Oscar com as atrizes Cynthia Erivo, Karla Sofía Gascón, Mikey Madison e Demi Moore. Já “Ainda Estou Aqui” concorre, na categoria de Melhor Filme, com “Anora”, “O Brutalista”, “Um Completo Desconhecido”, “Conclave”, “Duna: Parte 2”, “Emilia Pérez”, “Nickel Boys”, “A Substância” e “Wicked”.
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Na categoria melhor filme estrangeiro, a produção brasileira concorre com “A Garota da Agulha” (Dinamarca), “Emilia Pérez” (França), “A Semente do Fruto Sagrado” (Alemanha) e “Flow”(Letônia).
Fernanda já havia sido premiada, no início do mês, com o Globo de Ouro de melhor atriz na categoria drama. Esta foi a primeira vez que o prêmio foi entregue a uma brasileira.
Há 25 anos, Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres, disputou o Oscar na mesma categoria para a qual a filha foi indicada em 2025 por sua celebrada atuação em “Central do Brasil”, de 1998. Ela não venceu, mas a produção ganhou o Globo de Ouro na categoria melhor filme estrangeiro.
Tanto Ainda Estou Aqui quanto “Central do Brasil” foram dirigidos pelo cineasta Walter Salles. A cerimônia de entrega do Oscar este ano está marcada para 2 de março, em Los Angeles.
Na rede social X, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou as indicações ao Oscar 2025. “A turma de ‘Ainda Estou Aqui’ já pode pedir música. Três indicações ao Oscar: Melhor Filme estrangeiro, melhor atriz e, olha, melhor filme. Quanto orgulho! Beijo para Fernanda Torres e Walter Sales”, escreveu.
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O ator Selton Mello, que vive o personagem Rubens Paiva em Ainda Estou Aqui, também comemorou as indicações do longa brasileiro ao Oscar 2025. “Brasil no topo”, escreveu, em seu perfil no Instagram. Ele também postou uma foto em que aparece ao lado de Fernanda Torres e de Walter Salles.
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]]>Neste grupo, estava a professora de psicologia da USP Vera Paiva, filha mais velha do casal Eunice e Rubens Paiva, morto e desaparecido pelos militares em janeiro de 1971. Naquele dia, uma cena insólita. Enquanto protestavam contra a letargia do governo, na Praça dos Três Poderes, ao lado uma banda de fuzileiros navais ensaiava para o desfile 7 de Setembro que se avizinhava. Jovens militares que passavam ao lado de cartazes com fotos de desaparecidos políticos tocando hinos e marchas das Forças Armadas. Nesta cena, Vera foi uma dos familiares que improvisavam na melodia o canto e grito de “pela vida, pela paz, ditadura nunca mais”.
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Esta foi uma das circunstâncias que cruzei com Vera numa cobertura jornalística. Uma outra ocorreu nove anos antes, em 1º de abril de 2014, na inauguração do busto de Rubens Paiva num ponto central e de muita visibilidade na Câmara dos Deputados. “Defensor da liberdade e da democracia” é a inscrição no pequeno monumento em homenagem ao ex-deputado alvo da ditadura.
Quem apareceu no evento, num deliberado propósito de provocação, foi o então deputado Jair Bolsonaro, filiado ao PP à época. Passou rápido, cercado por dois asseclas, vaiou e simulou uma cusparada em direção ao busto. Não ficou para enfrentar os protestos que seguiram.
“O Bolsonaro passar aqui e vaiar o busto de meu pai é um escândalo. Na democracia ele pode fazer isso, mas na ditadura iríamos presos”, disse Vera naquele dia, sobre um episódio que relembra até hoje com a indignação do tamanho da repulsa que o episódio provoca.
Uma terceira pauta com Vera foi em outra ‘página infeliz da nossa história’, quando Bolsonaro, agora presidente da República, fechou, encerrou o trabalho da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, que tinha entre suas missões levantar informações e tentar localizar o paradeiro das quase duas centenas de brasileiros que nunca mais foram vistos. Foi em 15 de dezembro de 2022 que a comissão, da qual Vera integrava e que estava repleta de aliados daquele governo, sepultou esse colegiado, por 4 votos a 3.
A filha de Eunice e Rubens Paiva leu um voto histórico e memorável. Votou depois que os bolsonaristas já tinham formado maioria para sepultar a comissão. Para conseguir alguma atenção desse grupo, que olhava o celular de forma dissimulada, a professora da USP soltou um sonoro “Me escutem”. Cobrou ela atenção dos bolsonaristas, recorrendo, nas suas palavras, a uma “entonação psicodramática”, adquirida no ofício de professora. Na véspera dessa fatídica sessão,Vera dormiu 12 horas e disse que, nesses momentos, recorre a “elegância combativa” de sua mãe.
O voto de Vera naquela sessão é memorável, denso e extenso, com com 185 linhas, 3.266 palavras e 19.942 caracteres. Disse para aqueles interlocutores: “Assumam, sem nossa cumplicidade, o modo como querem entrar para a história”. E pediu para que sua assinatura fosse retirada do relatório final.
Na sequência, Vera Paiva fez a primeira citação ao livro do irmão, Marcelo Rubens Paiva – “Ainda estou aqui” – obra que lembrou o tempo inteiro na sua manifestação.
“Não nos peçam para esquecer, sempre estaremos aqui. Cito entre aspas trechos do livro de Marcelo Rubens Paiva, meu irmão, Ainda estou aqui”. O livro deu base para o filme do mesmo nome e que alcança estrondoso sucesso no exterior e tem levado milhões de brasileiros aos cinemas para conhecerem a história da família de Vera, de seus pais e irmãos. Parte desses expectadores tomam ciência agora da obscura ditadura que atingiu o Brasil durante 21 anos.
“Não nos peçam para esquecer os motivos da luta daqueles que foram presos, torturados e assassinados em tempos de ditadura militar, que nesse caso da tortura, desaparecimento e assassinatos políticos nunca acabaram”, introduziu na sua fala.
Em suma, Vera, há dois anos, recorreu à obra do irmão para rejeitar e confrontar a medida sem adjetivo de Bolsonaro em dar cabo da comissão.
“Minha mãe Eunice Paiva foi das primeiras pessoas indicadas por essa Comissão. Não aguentou, pediu para sair depois de um tempo, para se dedicar ao trabalho como advogada no campo dos Direitos Humanos. Dizia que os depoimentos a assombravam noite e dia, desequilibrando a difícil sanidade mental que a permitiu criar sozinha 5 filhos”, relatou Vera.
Vera Paiva profere seu voto na sessão que pôs fim a Comissão de Mortos e Desaparecidos no governo Bolsonaro | Foto: Clarice Castro/Divulgação
“Em outro trecho Marcelo conta o que sabemos de testemunhas do assassinato de nosso pai: 20 de janeiro de 1971. Meu pai apanhou por dois dias seguidos. Apanhou assim que chegou na 3ª Zona Aérea, interrogado pelo próprio brigadeiro João Paulo Burnier. Apanhou no DOI-Codi, no quartel do 1º Exército no RJ. Meu pai era um homem calmo, bom, engraçado, frágil fisicamente. E vaidoso”.
Eunice Paiva também foi presa, e libertada. E Vera lê em seu voto novo trecho do livro-filme de Marcelo, diante dos indicados por Bolsonaro para tão-somente lacrarem a Comissão de Mortos e Desaparecidos, mas que tiveram que ouvir um relato de dor, perseguição, tortura e morte promovidas pelo regime de exceção.
“Continua Marcelo, nossa mãe tinha perdido vinte quilos. Ficou presa numa cela de fundo, em que quase ninguém aparecia. Sem sol. Ela não viu meu pai, apenas sua foto no álbum de presos, o que a deixou contraditoriamente aliviada, pois então ele estava ali, nas mesmas dependências, vivo, e ao mesmo tempo angustiada, pois seu rosto fazia companhia ao de centenas de presos, suspeitos, guerrilheiros, terroristas, inimigos do sistema, procurados, mortos em combate, torturados, subversivos”.
Em nova referência ao livro, a conquista da certidão de óbito responsabilizando o Estado pela morte de seu pai.
“Segue o Marcelo: vinte e cinco anos depois da prisão, meu pai, um dos homens mais simpáticos e risonhos que Antônio Callado conheceu, morria por decreto, graças à Lei dos Desaparecidos, vinte e cinco anos depois de ter morrido por tortura”. O que ocorreu em 1996.
“Ela (Eunice) então ergueu o atestado de óbito para a imprensa, como um troféu. Na capa de todos os jornais no dia seguinte, com o atestado de óbito erguido, alegre. Uma batalha foi vencida. V de vitória”. Essa foi uma das passagens também marcantes retratadas no filme.
Uma outra passagem, talvez a mais reverberada na propaganda de “Ainda estou aqui”, foi contada assim por Marcelo e citada por Vera em seu voto.
“Ela (Eunice) que jurou que nunca faria uma cara triste. Sorria. Bem que tentaram. Por anos, fotógrafos nos queriam tristes nas fotos. Sim éramos ‘A família vítima da ditadura’. Apesar de preferirmos a legenda ‘Uma das muitas famílias vítimas’. A família Rubens Paiva não é a vítima da ditadura, o país que é. O crime foi contra a humanidade, não contra Rubens Paiva”.
Se cabe um termo do futebol, e de outros esportes, Vera “vendeu caro” a derrota.
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]]>À jornalista Myrian Clark, Rubens Paiva contou que, desde o fim do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG), recebeu diversos ataques nas redes sociais, mas que nunca deu muita importância para esse tipo de “cancelamento” digital. Para ele, lidar com a ameaça iminente que colocava em risco o futuro de sua profissão foi a parte mais difícil de atravessar esse período.
“A classe artística vem sendo massacrada desde o fim do governo Dilma e início do governo Temer, e agora com Bolsonaro”, disse o escritor, que trouxe à tona as “intervenções” da Agência Nacional do Cinema (Acine) e o repúdio dos bolsonaristas com relação às leis de incentivo à cultura, em especial a Lei Rouanet. “Esse tipo de lei é algo completamente normal em qualquer país, todos os países têm leis desse tipo. Inclusive, é até uma lei liberal, pois busca patrocinar a cultura por meio do empresariado.”
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Os governos Temer e Bolsonaro, especialmente a gestão do ex-presidente do PL, ficaram marcados pelo desmonte do setor cultural. A extinção do Ministério da Cultura, o desmonte da Ancine, além de acusações de censura e polêmicas envolvendo citações nazistas e alusões à ditadura militar, foram alguns dos episódios que mancharam a história da cultura brasileira entre os anos de 2018 e 2022.
Em janeiro de 2020, em um dos casos mais emblemáticos ocorridos no governo Bolsonaro, o então secretário de Cultura do Governo, Roberto Alvim, fez um discurso semelhante ao de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do líder nazista Adolf Hitler. Em meados do século 20, Goebbels afirmou que a “arte alemã da próxima década será heroica” e “imperativa”. Alvim, por sua vez, disse que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa”. Após a repercussão negativa do caso, Bolsonaro decidiu exonerá-lo do cargo.
Dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, Ainda estou aqui é ambientado na época da ditadura militar no Brasil. O filme gira em torno de Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres), mãe de Marcelo Rubens Paiva, que se vê obrigada a assumir sozinha a criação dos cinco filhos e se reinventar como ativista depois de um evento traumático.
Em 1971, o marido de Eunice, Rubens Paiva (interpretado por Selton Mello), foi levado para interrogatório pelos militares e, sob a custódia dos agentes, desapareceu sem deixar rastros. A morte dele fora confirmada só 40 anos depois, graças às investigações da Comissão Nacional da Verdade (CNV). O órgão foi criado no governo Dilma com o intuito de apurar as graves violações de direitos humanos ocorridas no Brasil entre 1946 e 1988, em especial no período da repressão.
A estreia de Ainda estou aqui ocorreu no Festival de Veneza, em 1º de setembro de 2024 e, na ocasião, foi aplaudido por dez minutos consecutivos pelo público. Depois, foi exibido em diversos outros vários festivais renomados, como Cannes e Veneza, onde foi igualmente bem recebido. Após ganhar destaque global, o longa foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais (ABCAA) para representar o Brasil no Oscar em 2025 na categoria “Melhor filme internacional”.
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