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DIA HISTÓRICO

Confira a história de Eunice Paiva, retratada por Fernanda Torres em ‘Ainda Estou Aqui’

Filme dirigido por Walter Salles e inspirado no livro de mesmo nome, mostra a luta da mulher de Rubens Paiva

por Leonardo Cardoso em 23/01/25 19:38

Eunice Paiva e Rubens Paiva— Foto: Reprodução/Instituto Vladimir Herzog

O Brasil viveu mais um marco cultural nesta quinta-feira (23). O filme Ainda Estou Aqui recebeu três indicações ao Oscar e vai disputar as categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. Pela primeira vez, uma produção nacional concorrerá na categoria principal da premiação.

A história por trás do filme da família Paiva

Walter Salles, aliás, dirigiu o filme, inspirado no livro homônimo, que retrata a luta de Eunice Paiva, vivida por Fernanda Torres. A narrativa, portanto, acompanha sua busca incansável por justiça após o assassinato de seu marido, Rubens Paiva, pela Ditadura Militar em 1971.

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A vida de Eunice Paiva

Maria Lucrécia Eunice Facciolla Paiva nasceu em São Paulo, em 1929. Em 1947, ela conheceu Rubens Paiva, com quem se casou em 1952. O casal teve cinco filhos: Marcelo, Veroca, Eliana, Nalu e Babiu. Marcelo, o único filho homem, escreveu o livro que inspirou o filme, relatando a luta da família pelo reconhecimento da morte de Rubens.

Contudo, mesmo diante de tantas dificuldades, Eunice não desistiu de buscar respostas. Durante o regime militar, autoridades a prenderam por 12 dias. Somente em 1996, depois de 25 anos de luta, ela conseguiu o atestado de óbito que reconhecia oficialmente a morte de Rubens.

A luta pela memória

Todavia, apesar de ter conquistado o reconhecimento oficial, Eunice e sua família jamais descobriram o paradeiro do corpo de Rubens. Além disso, nenhuma das pessoas envolvidas no crime foi responsabilizada. Eunice Paiva faleceu em 12 de dezembro de 2018, em São Paulo, aos 86 anos, após lutar contra o Mal de Alzheimer.

“Fico grata com essa solução dada e acho que é um capítulo encerrado na nossa vida. Agora realmente encerrado, embora a memória do Rubens, a saudade dele e a importância que ele teve para nós permaneçamos, mas em outro plano: o da afetividade, da saudade, de tudo mais”, declarou Eunice em 1996, ao receber a certidão.

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