A Espanha enfrenta uma onda de protestos desde terça-feira (19), quando o rapper Pablo Hasel foi preso. Ele foi condenado por escrever músicas com ofensas à família real.
A condenação aconteceu em 2018 e, na semana passada, Hasel deveria ter se apresentado à Justiça para começar a cumprir a pena de nove meses de prisão. O rapper se refugiou em uma universidade na Catalunha com um grupo que o apoiava, mas a polícia invadiu o lugar e ele acabou preso.
A sentença fala que o rapper glorificou o terrorismo. Nas músicas, ele faz referência ao ETA, grupo separatista que busca a independência do País Basco.
O caso levantou um debate na sociedade espanhola sobre a liberdade de expressão.
Um grupo de artistas lançou um documento contra a prisão do rapper e exigindo liberdade de expressão. A lista já tem mais de duzentas assinaturas entre personalidades espanholas, como o diretor de cinema Pedro Almodovar, o ator Javier Bardem e o cantor Joan Manuel Serrat.
Pelo terceiro dia consecutivo, houve protestos e também confrontos entre manifestantes e forças de segurança nas principais cidades do país como Madri e Barcelona. Ao menos 50 pessoas já foram detidas por ações relacionadas aos protestos.
Nesta quinta-feira (18), a Justiça da Espanha decidiu aumentar a pena de prisão do rapper. A condenação de nove meses passou a ser de dois anos e meio. Isso porque, segundo a decisão, o rapper ameaçou uma testemunha. Ainda cabe recurso e a defesa pode recorrer à Suprema Corte do país.
Já o governo espanhol propôs uma mudança na lei, o que acabaria com as punições para quem defender grupos separatistas ou ofender a coroa espanhola. Essa lei é de 2015 e é criticada desde a criação.