Brasil é aliado de ditaduras do Oriente Médio na ONU, diz Jamil Chade

Quando é o momento de votar resoluções sobre direitos reprodutivos das mulheres, o Brasil está do lado de países como Arábia Saudita, Bahrein e Egito no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). A constatação é de Jamil Chade, jornalista baseado em Genebra, na Suíça, em trecho exclusivo para membros do Segunda Chamada.

“Cada vez que há uma votação na ONU sobre questões do movimento LGBT, ou mesmo, e aí vamos colocar muito claramente, acesso de mulheres à educação sexual, o que é consensual nos últimos 30 anos, o Brasil tem se aliado com a Arábia Saudita, Bahrein, Egito e outros países, vamos dizer assim, pouco acolhedores para temas como esses”, afirma o jornalista que cobre organismos internacionais há mais de duas décadas.

Chade destaca que mesmo com a saída de Ernesto Araújo do cargo de Ministro das Relações Exteriores, isso não significou uma mudança em certos objetivos da diplomacia brasileira.

“Aquela ideia de que saiu o Ernesto Araújo e está tudo resolvido, não é isso. Há um movimento mais profundo dentro desse governo que não é só apenas de uma pessoa ou de outra pessoa”, diz o jornalista.