Cultura

PANDEMIA

Governo demorou para adotar barreiras sanitárias, avalia epidemiologista sobre cepa indiana

Demora em resposta sanitária eleva preocupação de que variante já esteja circulando no país, diz Ethel Maciel

por Juliana Causin em 21/05/21 22:38

O governo do Maranhão confirmou nesta quinta-feira (21) os primeiros casos da variante indiana da Covid-19 no Brasil, vindos de seis tripulantes de um navio vindo da Malásia e ancorado no estado. Um dos infectados foi internado em um hospital particular em São Luís e os outros cinco permanecem isolados no navio, em alto mar. Ao menos 100 pessoas tiveram contato com os estrangeiros infectados e estão sendo monitoradas. 

Em São Paulo, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, pediu à Anvisa e ao Ministério da Saúde a implementação de barreiras sanitárias nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, para impedir que a nova cepa chegue ao estado. 

Nesta sexta-feira (21), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que as medidas sanitárias para isolar a cepa já foram tomadas. Segundo o ministro, o caso “foi detectado prontamente que todas as medidas sanitárias foram tomadas e nós esperamos que não haja uma propagação dessa variante indiana aqui no Brasil”. 

O secretário Edson Aparecido e o ministro Marcelo Queiroga devem se reunir neste sábado (22), de forma online, para tratar do assunto. 

 Para a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o governo federal  demorou  para adotar medidas para barrar o avanço da cepa indiana no país. Ela avalia que o surgimento dos primeiros casos da variante na vizinha Argentina, no início de maio,  já deveriam ter acendido o alerta do governo para adoção de medidas de controle. 

“Nós tivemos uma demora muito grande por parte do governo federal em fazer barreiras sanitárias em portos e aeroportos e até mesmo barreiras terrestres já que nós já estávamos observando o que está acontecendo na Argentina”, afirma a epidemiologista, em entrevista ao Dinheiro Na Conta. 

Para a pesquisadora, a falta de ações elevam o risco da variante já circular no Brasil, para além do Maranhão, onde ela foi identificada. “Até o momento, efetivamente, a gente não tem essas barreiras o que causa uma situação  de maior preocupação e de maior risco de já termos essa variante aqui”, diz ela. 

A linhagem B.1.617 do novo coronavírus foi identificada na Índia pela primeira vez em outubro de 2020 e já está presente em outros 66 países. A OMS (Organização Mundial da Saúde) classifica a linhagem como uma “variante de preocupação”. Além desta, já tinham recebido essa classificação, as variantes B.1.1.7, identificada no Reino Unido, a P1, de Manaus, e as  B.1.351 ou 501.V2, da África do Sul.

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