“A indústria financeira está virando uma indústria de ciência de dados”, diz presidente do BC

A digitalização e a tecnologia chegaram para ficar e vão revolucionar o setor financeiro, avalia o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto. Para ele, o principal ativo do momento são os dados e é neste sentido que as transformações vão ocorrer.

“O que aconteceu no passado recente foi uma capacidade muito grande de, através de inovações tecnológicas, produzir dados, ficou barato produzir dados, ficou barato guardar dados e, mais recentemente, ficou muito barato analisar dados. Quando a gente olha esse crescimento em torno do que tem acontecido, basicamente a conclusão é que a indústria financeira está virando uma indústria de ciência de dados”, afirma Neto em webinar do MyNews.

O presidente do BC revelou que a instituição já tem mais de 230 milhões de chaves Pix cadastradas, com 5 milhões de empresa. O uso do Pix para enviar mensagens, diz Neto, também indica uma tendência do setor: “Isso significa que na cabeça das pessoas mensagem e pagamento fazem parte do mesmo canal, então a mídia social está se aproveitando disso, a gente vê o WhatsApp querendo fazer pagamento no Brasil, a gente tem o Google com o Google Chat na Índia, a gente tem movimentos assim na China, na Rússia.”

Gil do Vigor

Fenômeno nas redes sociais e sucesso de público, o ex-BBB Gil do Vigor, que é formado e pós-graduado em economia, afirmou que pretende dirigir o Banco Central. Para Neto, o interesse de Gil é positivo.

“Nunca imaginei que uma celebridade fosse querer ser presidente do Banco Central, então foi um movimento de atenção ao trabalho do Banco Central que eu achei muito bom”, avaliou Neto.

O atual presidente do Banco Central também afirmou que considerou chamar Gil para uma ação publicitária, mas um banco privado foi mais rápido e já contratou o ex-BBB.

O presidente do conselho do Credit Suisse Brasil e ex-presidente do Banco Central, llan Goldfajn, afirmou que Gil é o economista mais famoso do Brasil e que pode ajudá-lo a chegar na presidência do BC.

“Eu tive esse sonho desde que estava na faculdade e acabei realizando, então se ele quiser conversar comigo, a gente conversa”, disse Goldfajn.